O Sindicato dos Bancários do Ceará realizou hoje ato no Banco do Brasil, na agência Aldeota, como parte das atividades da Campanha Nacional dos Bancários. Com o questionamento “Cadê a responsabilidade social?”, os diretores do Sindicato expuseram a problemática enfrentada pelos funcionários do BB: péssimas condições de trabalho, insegurança, terceirizações, aumento do número de correspondentes bancários, carência de funcionários etc.
Dentre as prioridades dos trabalhadores, está a criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), o fim da lateralidade e a volta do pagamento de substituições, o fim do voto de Minerva na Previ e o fim do assédio moral.
Apesar do atual contexto de crise econômica mundial, o sistema financeiro do país vai muito bem, obrigado. Só o Banco do Brasil lucrou, durante o primeiro semestre de 2009, 4 bilhões. Entretanto, há poucos concursos, muita terceirização e dificuldade de acesso ao crédito.
Para o presidente do SEEB/CE e funcionário do BB, Carlos Eduardo Bezerra, este capital poderia estar gerando desenvolvimento para o país, com juros mais baixos, proporcionando uma melhor distribuição de renda. “Os bancos abusam da população e dos bancários e nós queremos que a responsabilidade social seja de fato, não apenas propaganda; vamos lutar por salários decentes, dignidade dos trabalhadores, aumento real, PLR mais justa, saúde e proteção social”, afirmou o presidente.
O diretor do Sindicato, Gabriel Motta, destacou o caráter de denúncia do ato, ressaltando a questão da burocratização do crédito e das financeiras, a quem caracterizou como “agiotas legalizadas”.
Gabriel lembrou ainda que o banco não garante o plano de saúde e alimentação para os aposentados, além do alto número de ocorrências, dentre os bancários, de LER/DOT. “É um banco público que segue a lógica do mercado. Muitos pensam que os bancários são privilegiados, trabalham pouco, ganham bem, mas isso é uma ilusão. Hoje, devido a uma manobra do setor de RH, todo mundo é gerente, sem ter autonomia, apenas para que os clientes pensem estar falando com um gerente”, finaliza o diretor.
Os trabalhadores do Banco do Brasil entregaram a minuta específica de reivindicações no último dia 17, entretanto, após duas reuniões de negociações, a Fenaban negou as reivindicações e não apresentou nenhuma contra-proposta. “Queremos resolver nossa pauta, mas se os banqueiros continuarem no intransigência, são 457.000 trabalhadores em luta que darão uma resposta à altura, talvez com uma grande greve”, declarou Carlos Eduardo Bezerra.
Por fim, o ato adentrou a agência. Os bancários estavam sobrecarregados de trabalho e não havia condições de prestar atenção no que estava sendo dito pelos diretores do SEEB/CE. O presidente a todos, então, que acompanhem o processo de negociação através do site do Sindicato, da Tribuna Bancária e da Rádio Bancários, além de pedir que haja reuniões com os delegados sindicais das agências, a fim de levar os problemas ao conhecimento da direção do SEEB. “Quem não é filiado, que enfrenta essa situação difícil nos bancos, que filie-se ao Sindicato, não fiquem sós, pois juntos somos fortes”, finalizou ele.