A presidente Cristina Kirchner pediu nesta quarta-feira de manhã a renúncia do presidente do Banco Central, Martín Redrado. O pedido veio após a resposta negativa de Redrado à decisão do governo de usar US$ 6,5 bilhões das reservas internacionais para pagar dívidas do país. Redrado anunciou que não renunciará ao posto, já que seu mandato, que iniciou em 2004, só concluiu no dia 23 de setembro.
A presidente, imaginando que Redrado acataria o pedido, ofereceu o cargo ao economista Mario Blejer, ex-presidente do BC e ex-diretor do Banco da Inglaterra. No entanto, inesperadamente, o governo Kirchner deparou-se com a resistência de Redrado, que, por sua vez anunciou que não renunciará ao posto, já que seu mandato, que iniciou em 2004, e será concluído no dia 23 de setembro.
Os principais líderes da oposição declararam apoio a Redrado, para que este permaneça em seu cargo. O senador Gerardo Morales, da União Cívica Radical (UCR), que reuniu-se com ele ao meio-dia, confirmou que “Redrado não renunciará. Ele não irá embora”.
O impasse causa preocupação nos mercados, já que por trás da crise entre Redrado e a presidente Cristina está a decisão do governo de usar reservas do BC para o pagamento da dívida pública que vence em 2010.
Por discordar da decisão, Redrado nunca abriu conta especial no Tesouro para pagar credores internacionais e proprietários de títulos do governo. Ele deve permanecer no cargo até ser retirado via Congresso, conforme a Lei Orgânica do Banco Central. Mario Blejer deve assumir o posto.