No encontro, que acontece no dia 10, Contraf encaminhará ao ministro Carlos Lupi denúncias sobre terceirização,
precarização das condições de trabalho, baixos salários, assédio moral e alta rotatividade.
Ministros Paulo Bernardo e Guido Mantega também serão procurados
A Contraf-CUT enviou nesta terça-feira ofício ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, requerendo reunião para discutir as práticas da direção do Banco do Brasil danosas aos trabalhadores. Em resposta, o ministro agendou reunião para a próxima quinta-feira, dia 10, da qual participarão a Contraf-CUT, a Comissão de Empresa dos Funcionários e representantes do Sindicato de Brasília.
No documento que foi enviado, é descrita a situação existente hoje no BB, de precarização das condições de trabalho, salários irrisórios, assédio moral, provoca adoecimentos e alta rotatividade e acaba gerando ônus ao sistema previdenciário.
“A prática do BB está na contramão dos objetivos do governo popular do presidente Lula, de melhorar as condições de vida e trabalho da maioria da população e do compromisso do presidente de acabar em quatro anos com contratos de terceirização no serviço público”, afirma a correspondência assinada pelo presidente da Contraf-CUT, Vagner Freitas.
E complementa: “Nesta segunda-feira, 7 de maio, o Banco do Brasil anunciou pacote de medidas onde estão incluídas iniciativas que prevêem mais terceirização de setores de suporte operacional além de Plano de Demissão e de aposentadoria. O que o movimento sindical reivindica é que sejam criados postos de trabalho com qualidade e que um banco público como o BB cumpra sua função social e valorize os trabalhadores. Um dos meios de fazer isso é convocar os aprovados em concursos já realizados, com todos os direitos da categoria e cessar procedimentos de terceirização e de demissão.”…
Para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Marcel Barros, as atitudes e a maneira de gerir da direção do Banco do Brasil são inadmissíveis porque o que estão propondo não é descentralização dos serviços, mas sim terceirização fraudulenta, o que criará enorme passivo trabalhista. “Sem contar os gravíssimos danos aos trabalhadores e a desmotivação que causa no corpo funcional, a direção do BB tem uma gestão temerária e perde a chance de conduzir o BB como exemplo para o sistema financeiro nacional. Em lugar de balizar o mercado, adota suas piores práticas”, diz
Atividades por todo o país – Sindicatos de bancários de todo país fizeram atividades na segunda-feira, 7, para protestar contra o pacote de demissões, fechamento de unidades e terceirização anunciado ontem pela direção do Banco do Brasil. O movimento sindical pressiona o Banco para abertura de negociação.
Em Brasília, os protestos se concentraram em frente aos edifícios da Sede I e III do BB. Até o meio-dia, as três maiores agências permaneceram fechadas. O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, esteve presente, e classificou como “uma irresponsabilidade” o pacote.
O Sindicato de São Paulo promoveu paralisação no Complexo Verbo Divino, e realiza encontro na quinta-feira, 10. Em Curitiba, a concentração ocorreu na Central de Atendimento de São José dos Pinhais (PR). A assembléia na capital paranaense ocorre na quarta-feira, 9.
Em Porto Alegre, a Federação dos Bancários RS (Feeb-RS) e o Sindicato de Porto Alegre realizaram um protesto pela manhã em frente à Gerência Estadual de Logística (Gerel).
A Gerel e o prédio da Agência Centro foram os palcos dos protestos realizados em Goiânia, pela Fetec Centro Norte.
Em outras cidades, também foram promovidas atividades. Em Campos de Goytacazes (RJ), a abertura da principal agência da cidade foi retardada em uma hora, com protesto durante toda a manhã. O local é sede da Superintendência Regional.
Ação contra a terceirização – O Sindicato de Curitiba ingressará com ação judicial contra a terceirização para resguardar os direitos dos trabalhadores e o sigilo bancário dos clientes. O processamento de envelopes do auto-atendimento passaria a ser feito por empresa terceirizada.
Fonte: Contraf-CUT, com sindicatos