Artur sublinha importƒncia da Marcha

(Brasília) Em coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (5), em Brasília, o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique, reiterou o compromisso da Marcha unitária das centrais sindicais, que ocorre nesta quarta, com o aumento do salário mínimo para R$ 420,00 e o reajuste de 7,7% na tabela do Imposto de Renda.

 

“Mais do que valores e índices, buscamos estabelecer uma política de valorização permanente do salário mínimo, que seja assumida enquanto política de Estado, não de governo”, declarou Artur, que esteve acompanhado na coletiva pelo secretário-geral e pela secretária de Política Sindical, Quintino Severo e Rosane Silva.

 

Artur ressaltou o “efeito dinâmico do aumento do mínimo sobre o conjunto da economia: o aumento da renda gera mais consumo e aumenta a produção, impactando positivamente também na arrecadação, em mais de R$ 9,6 bilhões, desde as contribuições para a Previdência, nos tributos e na economia como um todo”.

 

Elevação
Na avaliação do presidente cutista, “a elevação mais expressiva do mínimo aponta para um tipo de crescimento em consonância com o defendido pelo presidente Lula durante o processo eleitoral, que é uma gestão mais voltada para o conjunto da população mais pobre, com ênfase na distribuição de renda”.

 

Questionado por alguns jornalistas se uma elevação mais significativa no aumento no mínimo não traria o risco do retorno do processo inflacionário, Artur foi taxativo, frisando que este é um debate superado pelos fatos. “É bom lembrar que em 2004 conquistamos 8,23% de aumento real e em 2005 mais 13,04% e nem por isso a inflação fugiu do controle, pelo contrário. Ao haver uma maior injeção de recursos na economia, conseguimos dar uma dinâmica ao desenvolvimento social, com o salário mínimo se convertendo num poderoso instrumento de distribuição de renda”.

 

Artur comentou também declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o ideal seria que o mínimo não fosse reajustado na mesma proporção do crescimento do PIB. “Acho um equívoco. Essa visão contradiz a plataforma de campanha do presidente eleito, que prometeu dar prioridade às camadas mais pobres da população. Quem ganha salário mínimo faz parte dessa prioridade do presidente”.

 

Constituição
O objetivo das centrais, ponderou Artur, é garantir a determinação constitucional que o salário mínimo deve atender às necessidades de uma família de quatro pessoas e que, hoje, conforme o Dieese, seria de cerca de R$ 1.600,00. “Sabemos que isso é impossível de ser alcançado de um dia para o outro, por isso queremos que seja uma política de valorização permanente. Assim, temos a Marcha, que é um elemento de pressão, mas também temos negociações agendadas com o governo e o Congresso, pois o objetivo é termos uma atuação cada vez mais propositiva e incisiva”, sublinhou.

 

Quanto à questão da correção da tabela do Imposto de Renda, o presidente cutista asseverou que é uma questão de justiça social, “principalmente porque durante o governo Fernando Henrique a tabela foi mantida congelada, praticando uma elevação da arrecadação com base numa maior tributação dos assalariados. Com o reajuste de 7,7%, vamos repor a inflação que falta do governo Lula, garantindo mais dinheiro no bolso do trabalhador”.

 

Para Artur, o êxito da marcha está ligado à identidade com a afirmação de um projeto de país: “queremos fazer a roda da economia girar para frente, gerando mais emprego e renda, criando as condições para maiores conquistas e um desenvolvimento que traga melhor qualidade de vida e trabalho”.

 

Fonte: CUT

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