(São Paulo) Lucro de R$ 4,15 bilhões em 2005 e só no primeiro trimestre de 2006 um recorde de R$ 2,3 bilhões. Estes são os números do BB. Apesar desta saúde financeira toda, o banco não dá sinais de querer atender às tais responsabilidades sócio-ambientais que tanto anuncia por aí. A proposta do BB para a Cassi discrimina funcionários pós-98, pois quebra a isonomia propondo que o funcionário novo pague mais que o antigo, além de propor redução do valor que ele, banco, deve pagar.
Além disto, propõe também a quebra da solidariedade, pois institui co-participação cobrando 20% dos exames médicos. É importante atentar que ao estabelecer teto de 8% do salário mensal para o participante, quanto menor o salário do bancário, maior será a discriminação, pois a tendência de sempre descontar o teto será daqueles que ganham menos, e também dos que têm doenças crônicas e ocupacionais, com LER/DORT, causadas pelo trabalho na empresa.
"O banco está fazendo justiça ao contrário, ou seja, enquanto um participante que ganha R$ 5.000 sofre um desconto de 2% ou 3% de seu salário mensal, um outro que ganhe R$ 1.200 pagará para o mesmo exame 8% do salário" critica William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB pela Fetec-SP.
Enquanto o Governo Federal institui pela primeira vez uma política nacional de saúde bucal destinando cerca de R$ 400 milhões em 2005 no programa Brasil Sorridente, o BB – um banco público federal – caminha para o programa "funcionário triste", pois até agora não se dignou em cuidar do sorriso de seus trabalhadores.
"Penso que devemos fazer esta comparação do descaso do BB com a saúde bucal de seus funcionários com programas do governo federal para que o banco reveja sua postura, volte atrás com relação à quebra de isonomia, à cobrança de exames e para que os colegas do banco não precisem disputar vagas nos 194 centros odontológicos que mal conseguem atender à imensa população carente do país" afirma William.
Fonte: Contraf-CUT