EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
A crise levou o BNDES a alcançar o valor de R$ 86,6 bilhões em empréstimos nos últimos 12 meses até outubro em todas as modalidades. A expectativa é terminar o ano com R$ 90 bilhões.
As consultas de empresas para projetos cresceram 40% de agosto a outubro em relação ao mesmo período do ano passado.
O presidente do banco estatal afirmou que os impactos da crise poderão ser minimizados se o país mantiver taxas de crescimento no investimento de 10% ao ano. A taxa atual está em 16%. Ele afirmou que o BNDES responde diretamente por 14% do investimento no país e, indiretamente, por 30%.
“A taxa de crescimento em 2009 será mais moderada do que neste ano, mas temos condições de retomar o crescimento daí em diante, apesar de uma situação internacional muito desfavorável.”
Participações
Coutinho destacou, entre as linhas de financiamento do banco, um crédito de R$ 10 bilhões cuja captação ainda depende de negociações com o Ministério da Fazenda e o Banco Central.
“Uma parte será para empréstimo ponte, e um valor substancial será dedicado a setores que estejam tendo mais dificuldade com capital de giro. Estamos em discussão com o BC e Fazenda para fazer a captação no interbancário”, afirmou.
O banco deve reduzir, no entanto, as vendas de papéis para reforçar seu caixa. A desvalorização das participações que o BNDES possui em outras empresas levou o banco a registrar uma perda de quase R$ 20 bilhões em três meses. O valor de ações, fundos, bônus e debêntures caiu de R$ 93,1 bilhões em junho para R$ 72,4 bilhões em setembro.
“Isso nos levará a ter uma posição de mais cautela, refreando a nossa posição vendedora”, afirmou.