(Porto Alegre) Cerca de mil pessoas prestigiaram nesta segunda-feira, 28 de agosto, Dia do Bancário, a festiva inauguração da Casa dos Bancários (antiga Sede Ladeira), na Rua General Câmara, 424, no centro da capital. O evento reuniu bancários e bancárias, deputados, vereadores, imprensa e representantes da Prefeitura, bancos e entidades sindicais e associativas. Todos se manifestaram surpresos e encantados com a beleza da revitalização do prédio e elogiaram o protagonismo da diretoria da entidade.
O prédio foi adquirido, em 1982, na gestão do presidente Milton Mottini Machado, que também esteve presente. Em 1996 foi fechado pela primeira das três diretorias proporcionais do Sindicato. A gestão 2002-2005, a primeira eleita após a volta das eleições majoritárias, decidiu restaurá-lo e as obras começaram em novembro de 2003, tendo sido investidos cerca de R$ 2,5 milhões com recursos próprios da entidade.
A comunicadora Tânia Carvalho fez a apresentação da solenidade, que iniciou com o Grupo de Teatro Caixa de Pandora, da Apcef/RS, que leu o poema “O analfabeto político”, de Berthold Brecht, e mostrou algumas das ações que são praticadas em um ensaio teatral. Depois, o padre Roberto Paz, coordenador do Grupo de Diálogo Inter-Religioso de Porto Alegre, e um islamita fizeram uma benção ecumênica, pedindo a proteção de Deus para as lutas da categoria.
Cinco homenagens foram prestadas pela diretoria do SindBancários, simbolizando quatro segmentos que foram essenciais para a realização da obra. Ênio Paulo Leal Wortmann, bancário há 48 anos, foi condecorado em nome da categoria. Ana Moreira recebeu uma placa pela parceira dos funcionários do Sindicato. O empreiteiro João Carlos Oliveira de Souza foi agraciado pelo trabalho de todos os construtores.
Os arquitetos Marco Antonio Schuck e Anna Maria Hennes foram homenageados pelo projeto que restaurou, modernizou e embelezou o prédio. Mauro Salles Machado, ex-diretor financeiro e atual administrativo do Sindicato, que foi o principal tocador da obra nas duas gestões da entidade. Os prêmios foram entregues pelo presidente Juberlei Bacelo, pelo secretário-geral Fábio Alves e pelos diretores Orlando Ribeiro, Célio Romeu dos Santos e Ademir Wiederkehr.
Os pronunciamentos chamaram a atenção para a importância da Casa dos Bancários. O ex-presidente e atual diretor financeiro do SindBancários, Devanir Camargo da Silva, frisou que a obra só possível depois da mudança dos estatutos da entidade, em 2002. “Assumimos o compromisso de acabar com o abandono da Sede Ladeira e hoje entregamos um novo cartão postal para a cidade”, destacou.
O presidente Lula enviou mensagem, justificando a ausência e elogiando o empreendimento. A secretária municipal do Turismo, Ângela Baldino, representante da Prefeitura, saudou o novo espaço cultural e disse que a obra fortalece a revitalização do centro da capital. A vereadora Margarete Moraes (PT), em nome da Câmara Municipal, cumprimentou a iniciativa dos bancários, destacando o complexo de cultura e cidadania para a comunidade.
Quebrando o protocolo, o ex-funcionário do Unibanco e ex-diretor do SindBancários (1987-1996) e atual juiz da Fifa, Carlos Simon, usou a palavra, lembrou o papel da entidade na sua formação política e anunciou que presidirá o Sindicato dos Árbitros. “Quem enfrentou os banqueiros não teme apitar jogos do Edmundo, Rogério Ceni, Zidane, Beckhann e outros”, disparou.
O presidente estadual da CUT, Celso Woyciechowski, afirmou que a Casa dos Bancários é mais uma obra dos trabalhadores e significa um espaço importante para a cidadania e a inclusão social. O presidente do SindBancários encerrou a solenidade, reiterando que se trata da realização de um sonho da categoria. “Assim como a história da mariposa que se apaixonou por uma estrela e foi subindo, subindo e subindo ao encontro dela, nós erguemos uma sede que vai atender melhor a categoria, oferece ainda cultura e cidadania para a cidade e também nos aproxima um pouco dessa estrela”, concluiu Juberlei.
Após os pronunciamentos, os presentes visitaram as dependências da sede e confraternizaram alegremente. O salão de festas ficou lotado, assim como o belo jardim ao lado do local destinado ao café-bar, cujo início das atividades só depende da contratação de
um ecônomo. No recinto da futura sala de cinema e teatro, que deve ficar pronta em 2007, a banda Jazz 6, que tem no saxofone o escritor Luis Fernando Veríssimo, atraía os bancários.
Também compareceram, entre outros, o ex-presidente do SindBancários (1975-79) e ex-governador gaúcho Olívio Dutra, o ex-ministro Miguel Rosseto, os deputados federais Orlando Desconsi e Tarcísio Zimmermann e o estadual Raul Pont, os vereadores Adeli Sell, Manuela, Carlos Comasetto e Raul Carrion, dirigentes da CUT, Contraf, Federação dos Bancários do RS e várias entidades sindicais, Apcef/RS, Afubesp e Cassi. Esteve presente, ainda, o coordenador da Comissão de Negociação da Fenaban, Magnus Apostólico, acompanhado de representantes de diversos bancos.
Mas a grande presença foi mesmo da categoria, que enfrentou o frio de 7º para conhecer a sua casa, reencontrar-se com a história de lutas que foram construídas entre as paredes do velho e agora revitalizado casarão e projetar um novo tempo de sonhos, conquistas e realizações, na perspectiva de mais empregos, melhores salários e condições de trabalho, e de uma sociedade mais justa e solidária.
Fonte: Seeb Porto Alegre
