Em menos de um ano, o Banco do Brasil, em atos de perseguição e retaliação, descomissionou duas bancárias de Belo Horizonte que haviam ingressado com ação de 7ª e 8ª horas e que já tinham decisão judicial determinando a redução de jornada sem redução salarial.
Em ambos os casos, as bancárias tinham excelentes avaliações na GDP e jamais responderam por um processo administrativo. Sendo assim, não resta outra conclusão senão a de que o descomissionamento, justificado como “ato de gestão”, nada mais foi do que uma forma de retaliação.
Porém, a crueldade do BB não para por aí. As duas bancárias eram mulheres e mães que haviam retornado há pouco da licença-maternidade. Em um dos casos, a bancária havia retornado da licença há apenas uma semana. No outro, a funcionária havia retornado há poucos meses e, como agravante, ainda tinha um importante histórico de depressão.
Este último e mais recente caso, ocorreu na última terça-feira, dia 3 de outubro, quando a funcionária foi intimada a aderir ao Plano de Funções, o que reduziria sua jornada com redução de salário, contrariando a determinação da Justiça. Ela não aceitou e, como retaliação, foi descomissionada.
Cabe ressaltar que, em um dos casos, o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região já conseguiu reverter a decisão do BB, garantindo a reintegração da bancária à sua função anterior através de ação judicial.
Em texto divulgado em site o sindicato afirma que “repudia a atitude do BB e irá envidar todos os seus esforços para reparar a injustiça a que as bancárias foram submetidas”.
Para a funcionária do Banco do Brasil e diretora do sindicato, Luciana Bagno, além de cometer um ato de injustiça, ao praticar descomissionamentos fora daqueles critérios estabelecidos em acordo, o BB ainda comete uma covardia ao escolher mulheres que se tornaram mães há tão pouco tempo. “Numa fase em que a mulher se encontra ainda tão sensível, uma situação dessas pode desencadear um grave quadro depressivo, colocando em risco o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê”, denunciou.