Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff desembarca nesta terça-feira (1º) na França, onde participa da Cúpula do G20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo), em Cannes, no Sul do país. Ao referir-se à crise, a presidenta deve destacar que o combate aos seus efeitos devem ser associados à adoção de políticas inclusivas, de investimentos em geração de emprego e renda e da suspensão de quaisquer ações protecionistas.
No discurso, a presidenta deve ressaltar que o Brasil se dispõe a colaborar na busca por soluções para os impactos da crise e que as medidas não podem afetar a estabilidade global. Para o governo brasileiro, a crise teve uma origem específica – nos Estados Unidos e depois se expandiu para a Europa – e não pode contaminar todos os países da mesma forma.
Dilma pretende ainda mencionar a necessidade de buscar alternativas de desenvolvimento econômico sustentável e que as oportunidades serão debatidas na Conferência Rio+20, no Rio de Janeiro, de 28 de maio a 6 de junho de 2012.
O governo brasileiro considera que a Rio+20 será a maior conferência mundial sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde e deverá definir um novo padrão para o setor. Mais de 100 presidentes da República e primeiros-ministros estarão presentes.
No entanto, as discussões sobre os impactos da crise econômica mundial ocorrem no momento em que a União Europeia (UE) definiu que vai ajudar os países da zona do euro. Paralelamente, os Estados Unidos adotam medidas para impedir o agravamento da situação no país.
É a segunda vez que Dilma participará de uma Cúpula do G20. Em novembro de 2010, em Seul (na Coreia do Sul), acompanhada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma foi apresentada por ele como “a futura presidenta do Brasil” dirigindo-se aos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, Nicolas Sarkozy.
Nas reuniões específicas, deverão ser discutidos temas como regulação financeira, agricultura, energia, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Também estarão em pauta a educação, o combate à pobreza e o estímulo à redução das desigualdades sociais, assim como o respeito à defesa e à preservação dos direitos humanos.
No que se refere aos direitos humanos, deverá ocorrer uma menção às manifestações nos países muçulmanos. Na Síria, o presidente Bashar Al Assad enfrenta, há sete meses, protestos e é acusado de reagir com repressão e violência. A comunidade internacional quer que ele avance buscando o diálogo com os manifestantes, que cobram o fim da corrupção e da violação dos direitos humanos, assim como o respeito à democracia.