Protestos em todo país marcam Dia de Luta dos bancários de Santander e Real

Os bancários de Santander e Real realizaram nesta quinta-feira, 4, mais um Dia Nacional de Luta. Os trabalhadores foram às ruas de todo o país reivindicar do banco o pagamento do adicional de PLR, o fim das demissões e a manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores dos dois bancos.

Em São Paulo, os bancários atrasaram o expediente do Casa 3 por cerca de duas horas. Nas outras concentrações como Casa 1, 2 e 4, do Santander, e Majolão, Call Center e matriz do Real, dirigentes também realizaram manifestação. Em Brasília, os dirigentes percorreram agências de Ceilândia, Taguatinga, Núcleo Bandeirantes e Setor Comercial distribuindo material impresso e conversando com a população.

Em Cuiabá, os dirigentes utilizaram o personagem Tio Patinhas para simbolizar a ganância do banco. O ato ocorreu simultaneamente em frente às agências Real e Santander próximas a Praça Alencastro, no centro da cidade. Ocorreram ainda atividades em Florianópolis, Roraima, Juiz de Fora, Campinas, Taubaté, Campo Mourão, Catanduva, entre outros locais.

Em Porto Alegre, o deputado estadual Adão Villaverde (PT-RS) divulgou notícia no site da Assembléia Legislativa do RS em apoio aos trabalhadores do Santander e Real. “Um banco que apresenta lucros invejáveis precisa fazer a lição de casa e colocar em prática o discurso da responsabilidade social e da sustentabilidade”, afirmou o parlamentar.

Descaso

Os trabalhadores cobram do banco o adicional da PLR, cujo não pagamento foi fruto de manobras contábeis no balanço publicado pela empresa em 2008, que frustrou as expectativas criadas pelo próprio presidente do banco, Fábio Barbosa. Enquanto isso, o banco pagou bônus milionários de até R$ 1,4 milhão para superintendentes e fixou a remuneração anual média de R$ 8,6 milhões para os 26 diretores-executivos em 2009.

Além disso, reivindicam o fim das demissões no banco. Entre março de 2008 e março de 2009, o banco espanhol extinguiu 3.300 empregos no Brasil. As dispensas desrespeitam um processo de negociação com os trabalhadores que já conquistou vários mecanismos para evitar as demissões, como a criação de um centro de realocação profissional e os aditivos à convenção coletiva que estabeleceram a licença remunerada pré-aposentadoria (pijama) e incentivos para aposentadoria.

Além disso, os trabalhadores repudiam as mudanças sem negociação com as entidades sindicais realizadas pelo banco no HolandaPrevi e nos planos de assistência médica e odontológica, entre outros pontos. O caso mais grave aconteceu com os planos de previdência. Em vez de estender o antigo HolandaPrevi, do Real, para os bancários que não tinham plano com uma patrocinadora, o Santander criou um novo plano. Para os sem-prev, a proposta é razoável, mas precisa de avanços, pois não considera o tempo de casa e nem faz aporte que possibilite um acúmulo de reservas que permita transformá-la no futuro em real beneficio.

Mas para quem já tem o HolandaPrevi, o novo plano é péssimo, com redução de mais de 50% dos valores depositados. A orientação é que ninguém faça adesão. Além do mais, os bancários têm prazo de 60 dias, a partir do dia 1º de junho, para fazer a sua escolha.

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