O Banco Bradesco agência Prime Porto Velho, demitiu no último dia 24, de uma só vez três bancários, um com 20 anos, outro com 15 e outra com 16 anos de dedicação ao banco que bate recorde de lucros ano após ano. Somente neste primeiro semestre o banco divulgou um lucro de R$ 4,105 bilhões.
Entre os demitidos encontra-se uma bancária portadora de LER/DORT, com 16 anos de banco e um vasto histórico da doença, tendo inclusive gozado de beneficio Acidentário (B-91) no ano de 2005, quando foi emitido a primeira CAT(Comunicação de Acidente de Trabalho), ficando afastada pelo INSS por um período de 120 dias para tratamento da doença.
A bancária procurou o Sindicato dos Bancários de Rondônia e relatou o fato ocorrido, inclusive apresentando o último exame periódico realizado pelo médico do trabalho do Bradesco em 5 de junho de 2008, com diagnostico de apta com a restrição de “evitar atividades que exija movimentos repetitivos dos membros superiores”. Diante dos fatos, os diretores do sindicato orientaram a bancária a procurar um médico ortopedista e realizar novos exames complementares e depois fazer o exame demissional, conforme determina a legislação.
Após a consulta com o ortopedista e a constatação de que a funcionária permanece com a lesão, ela procurou o médico do Trabalho do próprio Banco Bradesco para fazer o exame demissional, tendo sido considerada pelo médico do trabalho do Banco como INAPTA.
Diante de todos os fatos, o sindicato procurou a diretoria de R.H. do banco, solicitando o cancelamento da demissão da bancária portadora de LER/DORT. No entanto, o Bradesco se recusou a reverter à demissão administrativamente.
Para o secretário de saúde do sindicato, Clemilson Carvalho, essa atitude do banco em demitir bancários lesionados é uma total falta de respeito ao trabalhador, pois os bancos não investem em saúde e prevenção e, quando o bancário está adoecido por causa das péssimas condições de trabalho a que são submetidos nas agências, demitem sumariamente.
Segundo o diretor do sindicato, João Marcos, a entidade ingressará com ação de reintegração da bancária na Justiça do Trabalho, pois é inadmissível um banco como o Bradesco, maior banco privado brasileiro, que se julga o “banco do planeta”, tratar seus funcionários com total descaso e sem nenhum compromisso com a saúde de seus empregados. João Marcos informa ainda que todas as demissões que envolveram bancários portadores de LER/DORT, em Rondônia, foram revertidas administrativamente ou através da justiça do Trabalho, finaliza João Marcos.