(Teresópolis) A Estrela Azul, empresa que presta serviços de vigilância para diversos bancos no estado do Rio de Janeiro, está prestes a falir e vem atrasando os pagamentos de seus empregados. Em Teresópolis, há casos de vigilantes com atraso de dois meses e muitos têm ido trabalhar a pé por não terem como pagar pela condução. Alguns estão com férias vencidas há quatro anos e o depósito do FGTS não está sendo feito há muitos meses. Os 14 empregados da empresa no município trabalham no Itaú.
Os vigilantes de Teresópolis são associados ao sindicato da categoria que tem sede em Petrópolis e, pela dificuldade de deslocamento, pediram ajuda ao Sindicato dos Bancários. Esta semana aconteceu uma reunião entre os 14 empregados da Estrela Azul e o presidente da entidade bancária, Cláudio Mello. O sindicalista foi informado da situação dramática destes trabalhadores, que vêem suas contas se acumularem e suas famílias passando necessidades.
“Ficamos preocupados com a situação, porque eles estão muito tensos. Se, no Rio de Janeiro, um vigilante com salário em dia foi capaz de se descontrolar e matar um cliente dentro de uma agência do Itaú, imagine a tragédia que pode acontecer se um trabalhador nestas condições perder o controle durante uma situação difícil. A falta de salário não é só um problema para os vigilantes, mas também põe em risco a segurança de bancários e clientes”, avalia Cláudio.
Apesar das dificuldades, os vigilantes de Teresópolis estão cumprindo com seu dever e têm ido trabalhar diariamente. Já o Itaú, não se responsabiliza. Como tomador do serviço, o banco se limita a cobrar da empresa que mantenha seus empregados trabalhando, sem se importar com as condições oferecidas. “Se acontecer aqui o que aconteceu no centro do Rio, com a morte de um cliente, como o Itaú vai se explicar quando for divulgado que os vigilantes estavam sem pagamento?” questiona Cláudio.
A Federação do RJ/ES já entrou em contato com o Itaú para negociar uma forma de contornar a situação. “O Itaú poderia pagar, pelo menos, o último salário dos vigilantes, para amenizar o problema destes trabalhadores e lhes dar condições psicológicas de trabalho”, propõe Cláudio Mello. O presidente da Federação, Fabiano Júnior, telefonou para executivos do banco em São Paulo mas, como ontem foi feriado na cidade, não houve uma resposta. A expectativa é que, hoje, o banco se posicione a respeito do problema.
Fonte: Seeb Teresópolis