(São Paulo) Formalizar o crescimento econômico com sustentabilidade e valorização do trabalho foi o tema do Seminário Agenda Brasil, realizado na manhã desta segunda-feira, dia 10, em São Paulo.
O evento, promovido pela Revista do Brasil para marcar a ampliação da publicação para venda em banca e por assinatura, contou com as presenças como palestrantes do ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, do presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, e do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Ricardo Carneiro.
Após exposições, os palestrantes responderam a questões formuladas por profissionais da imprensa, com intermediação do jornalista Ederson Granetto.
Os palestrantes foram unânimes em apontar a criação de novos empregos e o trabalho decente como fatores determinantes para a concretização do crescimento sustentável. “Hoje, presenciamos uma alta rotatividade nas empresas, o que explica o crescimento no nível do emprego no país. Por isso a importância de termos mecanismos eficientes de proteção ao emprego, como as Convenções 151 e 158 da OIT”, alertou o presidente da CUT, Artur Hernique, para quem também se faz determinante a ampliação das organizações nos locais de trabalho.
Para Ricardo Carneiro, o atual modelo econômico no Brasil ainda está longe de ser considerado sustentável, uma vez que os empregos criados são majoritariamente precarizados. “Para o país crescer com sustentabilidade é preciso diferenciar a estrutura produtiva brasileira, além de se buscarem mecanismos para que as indústrias possam sobreviver. Por outro lado, urgem a elevação dos pisos salariais e a ampliação da oferta de bem públicos, como habitação, saneamento básico, educação e saúde”, indica o professor ao revelar que os juros praticados hoje no país são de 6% do PIB (Produto Interno Bruto), ao passo que os gastos públicos são de apenas 2% do PIB.
Na avaliação de Luiz Marinho, o Brasil encontra-se no estágio da esperança, o que, no entanto, não significa que a sociedade deva esperar de braços cruzados. “Hoje, pagamos o preço da irresponsabilidade dos governos dos anos anteriores. Por isso, a importância de a sociedade manter-se inserida no debate e exigir por mudanças, dentre as quais a revisão da carga tributária. Enfrentar esse debate favorece as mudanças e, até mesmo, a consolidação do processo democrático no país”, ressaltou o ministro ao reforçar o papel do movimento sindical cutista. “A CUT deve superar os problemas internos como, por exemplo, as questões corporativistas e focar a atenção em temas maiores, inclusive com pressões sobre o governo para que as mudanças continuem avançando de forma a construirmos um país melhor”, frisou Marinho.
Fonte: Lucimar Cruz Beraldo – Fetec SP