Fenae comemora aniversário de 40 anos de lutas e conquistas neste domingo

No dia 29 de maio de 1971, em Curitiba (PR), durante o 6º Congresso Nacional das Associações Estaduais, nascia a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa, a Fenae. Os 40 anos de materialização do ideal de servir ao bem-estar dos trabalhadores da Caixa em atividade, aposentados ou pensionistas, que serão completados neste domingo, têm por lastro um bela história de lutas e conquistas, feita, contada e mantida viva por sucessivas gerações.

O fio condutor das realizações dessas quatro décadas se desenlaça já no ano de fundação da Fenae, com a luta pela reclassificação nas tabelas salariais e nos planos de cargos e carreiras. Nos difíceis anos 1970, sob a nefasta ditadura militar implantada no país, a Federação buscou ainda solução para diversos outros problemas remanescentes da unificação das Caixas Estaduais em uma empresa nacionalmente centralizada e participou dos debates que levaram à extinção do Ex-Sasse, o então órgão de previdência e assistência aos empregados, para criação, em 1977, do Plano de Melhoria dos Proventos e Pensões (PMPP), para quem já estava aposentado, e da Funcef, para quem ainda iria se aposentar.

Na década seguinte, vieram as grandes mobilizações dos trabalhadores da Caixa, tendo como estopim a organização e a luta dos auxiliares de escritório por enquadramento como escriturários. As restrições do período ditatorial foram enfrentadas com destemor, tendo a Fenae como principal ponto de sustentação.

A histórica greve de 30 de outubro de 1985, a primeira de âmbito nacional a ser realizada na Caixa, assegurou a jornada de seis horas e o direito à sindicalização. Na campanha salarial de 1988, os já então bancários da Caixa conquistaram outra expressiva vitória, a equiparação salarial com os bancários do Banco do Brasil, que resultou em reajuste médio de 73,18%, além da correção salarial pela inflação.

Na década de 90, a Fenae liderou junto com a então Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT), precursora da Contraf/CUT, a luta de resistência contra o desmonte da Caixa como empresa pública e os ataques aos direitos e conquistas dos empregados e aposentados, patrocinados pelo governo neoliberal do consórcio PSDB/DEM, sob o comando de Fernando Henrique Cardoso.

A partir de 2003, com o fim da era FHC e a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o movimento associativo e sindical saiu da mera luta de resistência para iniciativas que resultaram em reafirmação da Caixa como instituição pública, em resgate de direitos que haviam sido suprimidos e em novas conquistas.

Teve fim a política de reajuste zero e inaugurou-se o período de aumentos reais de salários. As demissões sem justa causa (pela RH 008), assim como o processo de terceirização de serviços, foram interrompidas. A empresa voltou a contratar, elevando seu quadro próprio do patamar de 55 mil trabalhadores, em 2002, para cerca de 85 mil, hoje.

Entre as conquistas, destacam-se também elaboração e implantação do Saúde Caixa, implantação do Novo Plano de benefícios, novo Estatuto e gestão compartilhada em todas as instâncias da Fundação dos Economiários Federais (Funcef). É ainda, dessa época, a retomada da luta por benefícios para os técnicos bancários, rumo à isonomia.

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