25º Congresso aprova neste domingo reivindicações específicas ao BB

Trabalhadores discutem propostas específicas para negociação com BB

O 25º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, que está sendo realizado em São Paulo pela Contraf-CUT, aprova neste domingo 8 em plenária final a pauta de reivindicações específicas da Campanha Nacional dos Bancários de 2014.

Neste sábado 7, os 306 delegados presentes (216 homens e 90 mulheres) discutiram pela manhã a conjuntura nacional e à tarde reuniram-se em quatro grupos para aprofundar a discussão sobre Remuneração e condições de trabalho, Saúde e previdência, Organização do movimento e Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Clique aqui para saber como foi a discussão sobre conjuntura. E veja abaixo um resumo das discussões nos grupos.

Remuneração e Condições de Trabalho

Com a participação de mais de 80 delegados e delegadas de todo o país, o grupo Remuneração e Condições de Trabalho discutiu, entre vários temas, o Plano de Carreira e Remuneração (PCR), aumento real de salário e Plano de Funções Comissionadas.

Coordenador do grupo, Ernesto Shuji Izumi, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, destacou a participação dos delegados no debate.

“Item por item da pauta foram analisados, com espaço para que cada um pudesse expressar a sua opinião e assim construir uma pauta coletiva, que possa alcançar todos os funcionários do BB, com melhor remuneração e condições de trabalho”, avaliou Ernesto.

Outros assuntos que dominaram o debate no grupo de trabalho foram as condições de trabalho, as metas abusivas e o fim do assédio moral. Muitos delegados criticaram a gestão do banco, que não tem passado pela valorização dos funcionários.

Pontos que não chegaram a um consenso durante a reunião do grupo serão discutidos na plenária final deste domingo.

Saúde e Previdência

Além de questões essenciais relacionadas à Cassi e Previ, esse grupo discutiu a necessidade de o movimento sindical atacar as causas que geram adoecimento nos locais de trabalho e pressionar o banco a se responsabilizar pelo tratamento dessas doenças.

Muitos delegados defenderam a tese de que os debates referentes à saúde do trabalhador devem ser temas centrais nas negociações específicas com o banco.
Em relação à Cassi, os delegados e delegadas defenderam o princípio da solidariedade e a prioridade na prevenção, na preservação da saúde e na qualidade de vida, em vez do modelo curativo.

Também aprovaram o fortalecimento do programa Estratégia Saúde da Família e a Cassi para todos os funcionários, incluindo os incorporados.

Sobre Previ, os integrantes do grupo discutiram o fim do voto de minerva no Conselho Deliberativo, a volta da consulta ao corpo social, a eleição do diretor de Participações, a redução da Parcela Previ e exigir que o banco acate a adesão dos funcionários oriundos dos bancos incorporados.

Banco do Brasil e o SFN

Em rico e produtivo debate, marcado pelo pluralismo de ideias, os integrantes desse grupo aprofundaram assuntos cruciais para o funcionalismo, como a internacionalização do banco, a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que versa sobre o Sistema Financeiro Nacional, a ampliação do debate sobre terceirizações e a realização de debate público sobre a função do banco público, entre outros.

Com a internacionalização do banco, os bancários exigem a assinatura do Acordo Marco para colocar em prática um processo de negociação centralizado, válidos para todos os trabalhadores do BB.

Para os trabalhadores, é urgente e necessária a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata sobre o SFN. Ainda sobre o assunto, destacaram que é necessário reverter a lógica implantada pela chamada emenda José Serra, em vigor desde 2003, que revogou todos os incisos e parágrafos que traduzam o debate de três décadas de lutas sociais contra a ditadura militar e por um sistema financeiro que realmente atue em favor do Brasil e da coletividade.

Outro item que demandou bastante tempo e atenção foi terceirização/correspondentes bancários. Segundo o texto aprovado, é preciso ampliar o debate com a sociedade e a categoria bancária como forma de pressionar o Legislativo pelo fim das terceirizações, do Banco Postal e das terceirizações.

Os integrantes do grupo também consideram essencial realizar um debate público sobre a função do banco público, sua importância e a atuação no desenvolvimento nacional, incluindo a sociedade organizada e o movimento social.

As propostas acima foram aprovadas por consenso pelos bancários e bancárias que participaram do grupo. Os itens que não foram consenso entre a maioria serão discutidos na plenária deste domingo.

“O debate foi marcado pela democracia, respeitando todas as posições expressadas nas 9 teses apresentadas ao 25º Congresso Nacional dos Funcionários do BB e também nas deliberações das assembleias dos sindicatos e dos encontros de base das federações”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, coordenador do grupo.

Caref

Antes da análise dos itens, os integrantes do grupo receberam a visita de Rafael Matos, representante eleito pelo funcionalismo para o Conselho de Administração (Caref) do Banco do Brasil. Ele fez uma breve prestação de contas de seu mandato e ouviu os funcionários do banco. Matos foi eleito em 2013 e tomou posse em novembro do mesmo ano.

Técnica da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Contraf-CUT, Vivian Rodrigues também apresentou uma análise detalhada sobre o balanço do BB do primeiro trimestre deste ano. Na ocasião, destacou que o banco alcançou R$ 2,557 bilhões de lucro líquido, crescimento de 4,7% em relação ao mesmo período de 2013, quando lucrou exatos R$ 2,678 bilhões.

Além do lucro, o patrimônio líquido também cresceu. Passou de R$ 62,121 bilhões para R$ 73,517 bilhões, aumento de 18,3% em relação ao ano passado. Já os ativos passaram de R$ 1.179.208 trilhão para R$ 1.369.965 trilhão, incremento de 16,2%.

Organização do movimento

Esse grupo discutiu, entre outros temas, a estratégia da Campanha Nacional 2014, o modelo de negociação de mesa única da Fenaban com mesa concomitante para discutir as questões específicas do BB, o fortalecimento dos fóruns da categoria (sindicatos, federações, Contraf-CUT, Comissão de Empresa e Comando Nacional dos Bancários), a mobilização e a unidade nacional da categoria.

O grupo também discutiu o papel dos dirigentes sindicais, reivindicação de criação estrutura para a atuação do representante eleito pelo funcionalismo no Conselho de Administração (Caref) e outros temas mais gerais de interesse da sociedade, como o plebiscito para a reforma política e as eleições de outubro.

“Devido os inúmeros ataques feitos pelo BB aos direitos dos trabalhadores, já era natural que esse grupo fosse bastante complexo. A angústia dos trabalhadores deu uma resposta de qualidade através do diálogo, e certamente a mobilização dos funcionários se refletirá em propostas eficazes”, disse Carlos de Souza, diretor da Contraf-CUT, que coordenou o grupo de Organização do movimento.

Rede de Comunicação dos Bancários
Rodrigo Couto, do Sindicato de Brasília
Nilma Padilha, da Contraf-CUT
Maria Ester Costa, da Contraf-CUT
José Luiz Frare, da Contraf-CUT

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