O governador André Puccinelli (PMDB) vetou a lei, de autoria do deputado estadual Pedro Kemp (PT), que determina a instalação de câmeras de vigilância nas entradas e saídas das agências das instituições financeiras localizadas em Mato Grosso do Sul.
Os equipamentos são considerados de grande valia para o sistema de segurança, tanto de clientes quanto para funcionários dessas instituições.
Atualmente, no Estado, apenas as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal contam com sistemas de monitoramento de vigilância on-line, que, segundo o Sindicato dos Bancários de Campo Grande, são instalações feitas pela própria rede bancária.
CRÍTICAS
“É um desserviço esse veto. Nós só podemos mostrar a nossa indignação. Quem vai garantir a nossa segurança dentro dos bancos? Lembro que quem a vetou sancionou lei que proíbe o uso do celular dentro das agências bancárias, uma lei estadual que não é fiscalizada, não resolve absolutamente nada e somente causa constrangimentos entre bancários, clientes e vigilantes”, critica Iaci Azamor, presidente do Sindicato.
“Agora, uma lei de suma importância para a população o governador diz que não pode ser legislada pelo Estado e sim pelos municípios”, questiona a dirigente sindical. “A única lei que estipula segurança é municipal e trata das portas giratórias na entrada dos bancos.”
Para o deputado, “a lei de uso obrigatório das câmaras nas agências bancárias ajudará a Polícia Civil e Militar a desvendar assaltos nos bancos e não terá tanta dificuldade em desvendar os crimes”.
O parlamentar disse ainda que a Assembleia Legislativa tentará no ano que vem derrubar o veto para garantir a segurança dos usuários e bancários.
A justificativa do veto é de que a matéria é de interesse peculiar e específico dos municípios, “qual seja de tomar medidas efetivas para a segurança dentro de seus limites territoriais, assim como os frequentadores e funcionários dos referidos estabelecimentos”, conforme trecho do veto publicado ontem.
Vários casos de roubos e furtos a bancos são noticiados pelos jornais em Mato Grosso do Sul. Alguns deles colocam todas as cidades em risco, como foi o caso de Aral Moreira, no início do ano, e também de Antônio João. Em vários casos não havia registro da movimentação dos assaltantes nesses locais.