Bancários da agência do HSBC em Piracicaba realizaram nesta sexta-feira, 30 de outubro, véspera do feriadão de finados, em todo país, um dia de preto, com uso de roupas escuras, numa manifestação de luto pelo pagamento da PLR manipulada. A manifestação começou por volta das 8h30, se estendendo até as 11 horas, retardando a abertura da agência ao atendimento ao público em uma hora.
A paralisação foi em resposta ao anúncio dos ingleses do HSBC, de que o banco seguirá a regra acordada com a Fenaban e aplicaria um redutor de 26,22% na primeira parcela da PLR, paga nesta semana. O presidente do Sindicato, José Antonio Fernandes Paiva, diz que os bancários exigem que o HSBC pague a PLR baseada no lucro de R$ 2,1 bilhões e não no balanço semestral, em que o banco subtraiu 90% dos ganhos. “Com esta manobra, o lucro do HSBC caiu no primeiro semestre do ano de R4 21, bilhões para R$ 250 milhões”, diz.
Para os diretores do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, Altemir Tomaz de Jesus e Márcio Rodrigo Pinto, que também são funcionários do banco, “um lucro líquido de aproximadamente R$ 250 milhões, não reflete o empenho, o suor e o sangue de cada bancário para o atingimento de metas desumanas”, ressaltam.
Durante a manifestação, os diretores do sindicato, Odair Balioni e Marcelo Abrahão, pediram a compreensão dos clientes para o retardamento na abertura da agência, explicando que o motivo da paralisação era mais do que justa. É que com a manobra do banco, os bancários do HSBC receberam como antecipação da PLR o valor de 39,84% do salário mais R$ 453,01 fixos, além de R$ 251,75 referentes à PLR Adicional (2% do lucro líquido distribuídos linearmente para todos os funcionários). Pela regra da Fenaban, o HSBC deveria pagar 90% do salário, mais R$ 1.024, além de um adicional de 2% do lucro líquido dividido igualmente entre os trabalhadores.
Paiva diz que “o banco afirma estar seguindo a regulamentação do Banco Central e ter justificativas para fazer o provisionamento que fez, mas tal montante é um exagero. Está claro para nós que o banco manipulou o lucro para reduzir a PLR dos bancários”, destaca, ressaltando que o movimento sindical construiu um calendário de ações a serem implementadas, objetivando a reversão dessa postura espoliatória do HSBC. Caso o quadro não seja revertido, já adiantou que as paralisações podem ser ampliadas nos próximos dias.