Formação: a contribuição do Teatro Mágico para o desenvolvimento do país

O Encontro Nacional de Formação da Contraf-CUT, realizado em São Paulo, entre os dias 25 e 26 de novembro contou com a participação do líder da trupe O Teatro Mágico, Fernando Anitelli, acompanhado pelo violinista Galdino Octopus. Em sintonia com os temas do encontro, os dois falaram sobre o papel da arte e da música para a democratização e o desenvolvimento do país e apresentaram algumas das músicas do grupo.

O grupo criado em 2003, formado por dez músicos e três artistas circenses se destaca pelo trabalho independente, levando multidões aos shows e apostando nas novas tecnologias, como as comunidades do Orkut, para conversar com o público e trocar idéias sobre as apresentações. Segundo Anitelli, uma das marcas da trupe é tratar o público não como fãs, assim como também não gostam de serem tratados como ídolos.

O show que mistura teatro de rua, música, circo e poesia, trás em suas letras tons inspiradores que já mobilizaram diversas pessoas a divulgar o trabalho da trupe pelo Orkut e até a se reunirem para a criação de saraus, encontros, coletas de lixo, serenatas, visitas a asilos, creches e hospitais.

A canção “O mérito e o monstro” fala da precarização do trabalho, e reflete sobre este processo gerador de angústia e mal estar nos trabalhadores. “Meu trabalho mais que forçado/ Morrendo comigo na mão/ A maioria das pessoas passa de oito a doze horas por dia/ fazendo coisas que não fazem sentido na vida delas/ PERMITA-SE! PERMITA-SE!/ Pra dilatarmos a alma/ Temos que nos desfazer/ Pra nos tornarmos imortais/ A gente tem que aprender a morrer/ Com tudo aquilo que fomos/ E tudo aquilo que somos nós”.

Os jovens e adolescentes aderiram com rapidez ao método irreverente e independente do grupo. Vão aos shows vestidos de palhaços, pintam os rostos, fazem malabares e até interrompem a apresentação para declamarem poesias. As comunidades no Orkut são inúmeras, desde a do próprio grupo, “O Teatro Mágico – Oficial”, até outras criadas pelo público, como “O Teatro Mágico para Raros”, “Teatro mágico – inexplicável”, “Analisando: Teatro Mágico”, “Amo o show do Teatro Mágico” etc.

Longe dos Jabás

O distanciamento do grupo as grandes gravadoras alçaram o teatro mágico ao status de fenômeno em velocidade surpreendente pela quantidade de downloads de suas músicas, que já passam de um milhão.

Para o violonista e bandolinista Galdino Octopus isto tem uma explicação bastante clara. “Fazemos um trabalho independente, longe dos jabás. As grandes corporações têm o hábito de impor o que o público quer ouvir por meios dos monopólios, forçando a aceitação das músicas”, avalia Octopus.

“Mas, é como o Gilberto Gil já dizia, o povo saber o que quer. O público passa a querer o que não quer”, filosofa o violonista, que complementa, “ou seja, apresentamos um trabalho e quando agrada, o público passa a querer”.

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