Dirigente de sindicato dos bancários do BB no Japão visita Contraf-CUT

O vice-presidente do Sindicato dos Funcionários do Banco do Brasil no Japão (SFBBJP), Cláudio Naoki Kano, visitou a sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro nesta quinta-feira 18, em São Paulo, e informou que a direção da sua entidade pretende se filiar à Contraf-CUT em breve. A decisão será tomada em assembléia convocada pelo Sindicato, com sede em Tóquio.

“A Contraf-CUT estreitou relações com o sindicato japonês durante a greve de dez dias que os funcionários do BB no Japão realizaram em março último contra as más condições de trabalho e o autoritarismo da empresa. Na paralisação, tentamos intermediar uma negociação entre o sindicato e a direção do BB”, lembra Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT, que também é funcionário do BB e recebeu o dirigente sindical japonês na sede da confederação.

Os sindicatos, no Japão, são por empresa. A entidade sindical dos funcionários do Banco do Brasil, segundo Cláudio Naoki Kano, foi criada no final de 2009, depois que o BB ameaçou cortar os bônus dos trabalhadores, que equivalem a 30% da remuneração anual. “O banco reuniu os bancários e ameaçou: ou corta o bônus ou 20% do quadro de funcionários. Depois de muita negociação e mobilização, conseguimos recuperar o bônus e não houve corte”, conta o dirigente sindical japonês, que é brasileiro, foi para o Japão fazer pós-graduação em 1993 e trabalha no Banco do Brasil desde 1999.

No ano passado, os 165 funcionários do BB no Japão retomaram a mobilização para reivindicar reajuste salarial, depois de ficarem duas décadas com os salários estagnados, a criação de um PCS, melhores condições de trabalho e o fim do autoritarismo e de práticas antissindicais.

“Os administradores do banco não conversam com os bancários, agem como se fossem generais e nós apenas soldadinhos, perseguem os trabalhadores sindicalizados com descomissionamentos e transferências compulsórias”, conta Cláudio Naoki Kano.

Por isso eles entraram em greve em março deste ano, que durou dez dias. Mas não houve avanços significativos nas negociações. Em setembro haverá uma troca na Gerência Regional da Ásia do BB. “Esperamos que possamos ter mais diálogo com o novo gerente e contamos com isso com o apoio da Contraf-CUT”, explica o dirigente sindical.

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