(São Paulo) Participação, organização, mobilização são elementos fundamentais para avançar e conquistar mudanças. A partir do dia 12, os bancários dão o primeiro passo na campanha nacional: uma consulta será encaminhada aos trabalhadores de bancos públicos e privados para que possam opinar sobre o que consideram as principais reivindicações que nortearão a luta dos bancários na campanha deste ano.
Como o acordo coletivo é válido para todo o país, a opinião dos trabalhadores de São Paulo, Osasco e região será levada ao encontro estadual e à Conferência Nacional dos Bancários, onde serão debatidos os itens que vão compor a minuta da categoria, documento que reúne as reivindicações de reajuste salarial, PLR, remuneração variável, entre outras, a ser entregue aos banqueiros.
Quem negocia
Fica a cargo do Comando Nacional dos Bancários – composto pelos presidentes das federações, dos maiores sindicatos e da Contraf-CUT – negociar os itens que compõem a minuta de reivindicações com o outro lado, os representantes da Federação Nacional dos Bancos. Negociam, pela Fenaban, diretores das principais instituições financeiras públicas e privadas.
“São sempre reuniões muito tensas, difíceis: de um lado, os representantes dos trabalhadores, defendendo maiores reajustes e tentando agregar novas conquistas ao acordo de trabalho. Os banqueiros, por sua vez, fincam pé na ganância, querem sempre dar reajustes menores e, ainda, retirar direitos conquistados”, conta o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, que participa do Comando Nacional há mais de quatro anos. “Nessa hora, a mobilização dos bancários é fundamental. Se eles percebem que os trabalhadores estão firmes na luta, são obrigados a ceder”, diz o dirigente.
Atuação
A participação democrática do bancário deve acontecer do início ao fim da campanha salarial. Responder à consulta é primordial. Esse é o momento de aumentar o diálogo com os colegas no local de trabalho. Decidir o que mais incomoda, o que é mais necessário e informar na consulta que vai percorrer todos os locais de trabalho e também estará disponível no site a partir do dia 12.
O que é certo é que a cada ano cresce o trabalho e a responsabilidade do bancário, sem que haja uma justa contrapartida. “Nos últimos anos conquistamos aumento real nos salários, melhoria na PLR tanto nos bancos públicos quanto nos privados e isso só ocorreu com a mobilização e a greve da categoria nacionalmente”, analisa o presidente do Sindicato. “Mas queremos e merecemos muito mais. Neste ano a organização no local de trabalho terá de ser ainda maior para termos uma forte luta e conseguir avanços na remuneração total dos trabalhadores”, diz.
Fonte: Jair Rosa – Seeb SP