O economista da UNI Américas, José Molina, realizou, durante o Seminário de Formação de Jovens – Gestão e Formação Sindical da entidade, uma apresentação explicando o que é a entidade internacional e analisando as mudanças na estrutura econômica que criaram a necessidade de uma atuação sindical em nível internacional.
Molina explicou que UNI é sigla para Union Network Internacional (em português, Rede Sindical Internacional). O sindicato global, nascido em 2000, reúne entidades de 154 países, fundamentalmente do setor de serviços (saúde, bancos, telecomunicações, correios, entre outros).
Ele lembra de uma pesquisa feita pelas Nações Unidas sobre os países que com os maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), buscando saber as causas desse desenvolvimento. “Um dos pontos que ficou claro na pesquisa foi a relação entre desenvolvimento humano e organização dos trabalhadores. Todos os países tinham índices de mais de 80% de seus trabalhadores sindicalizados, sendo que na Finlândia esse índice passa dos 90%”, afirma. Dessa forma, os trabalhadores passam a ser uma força importante no debate político do país e podem discutir seu papel na sociedade. “Um dos papéis da UNI é o de levar os trabalhadores a se organizarem”.
Molina explicou que entre os principais desafios da entidade mundialmente está lidar com as empresas multinacionais, cada vez mais poderosas. Além disso, as privatizações, que ameaçam os empregos de muitos trabalhadores e a desregulamentação dos mercados de trabalho, cada vez mais competitivos são muito importantes. Por fim, um problema grave é a deslocalização dos trabalhadores, exemplificado pelos call centers. “As empresas concentram essas atividades em um único país, explorando seus trabalhadores. Assim, um consumidor nos EUA liga para um serviço de atendimento ao cliente e é atendido por uma pessoa que está na Índia”, explica. “Essas situações precisam de uma atuação global do movimento sindical”.
Para que a Uni exista e tenha força, no entanto, a atividade local e nacional dos sindicatos é indispensável. “Precisamos ir para a base. Temos que trabalhar questões locais com estruturas sindicais locais, enfrentar empresas nacionais com entidades nacionais e as disputas internacionais por meio de uma articulação mundial”, sustenta.