A Febraban anunciou pela imprensa e já colocou em seu site uma ferramenta de recrutamento online de trabalhadores, que atenderá a vários bancos inscritos no programa. Essa é uma das nove propostas apresentadas pela Contraf-CUT, federações e sindicatos nos debates da mesa temática de igualdade de oportunidades, para democratizar o acesso aos bancos e evitar qualquer tipo de discriminação nas contratações. É uma conquista importante dos bancários, embora a Febraban tenha feito o anúncio unilateralmente e omitido que a proposta partiu do movimento sindical.
“A proposta é fruto da mobilização, da negociação e da estratégia dos bancários na busca da igualdade de oportunidades nos bancos. Esse é um fato positivo, mas infelizmente a Fenaban, em vez de dar a resposta na mesa de negociação, preferiu fazer o anúncio via imprensa, de forma unilateral. Isso é ruim para o processo negocial”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
“Aliás, queremos cobrar publicamente a Fenaban a retomar as negociações da mesa temática de igualdade de oportunidades”, acrescenta Cordeiro. A rodada que estava marcada para o final de março foi cancelada pelos bancos e continua sem previsão de data de retomada.
Para a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro, a conquista dessa reivindicação “é resultado da mobilização dos sindicatos em todo o país, como a que fizeram por exemplo no dia 13 de maio, sob a bandeira Vamos Abolir a Discriminação e Promover a Inclusão. Essa conquista vai favorecer os excluídos, entre os negros e negras e pessoas com deficiência”.
Construindo a igualdade de oportunidades
A Contraf-CUT apresentou na mesa temática nove propostas para combater as discriminações de raça, cor, orientação sexual e contra pessoas com deficiência. São elas:
1. Participação do movimento sindical nos programa de sensibilização de executivos, líderes e funcionário para os temas da igualdade de oportunidades.
2. Elaboração de um Plano de Cargos Carreira e Salário com critérios objetivos e transparentes como indicador de evolução de carreira.
3. Democratização do acesso às promoções por meio de editais ou informativos internos.
4. Garantia do retorno sem prejuízo para as gestoras em licença-maternidade, assim como para outros cargos e funções.
5. Ampliação da licença-paternidade para seis meses (biológico e adotivo) com base no princípio das relações compartilhadas.
6. Que conste da grade de treinamento de líderes e funcionários um módulo sobre a visão do movimento sindical no tema de igualdade de oportunidades.
7. Que a orientação sexual conste como indicador para o próximo senso.
8. Que o nível superior não seja critério para contratação.
9. Que os meios públicos de acesso às vagas (sites, publicações, imprensa, editais) sejam fonte privilegiada de recrutamento de pessoas com base nos indicadores de igualdade.