O Encontro Estadual dos Baneseanos, realizado no último sábado, dia 14, em Aracajú, aprovou um documento contendo questões acerca do futuro do Banese, que será entregue ao governador do Estado. Os baneseanos analisaram a conjuntura, discutiram a situação do Sergus e da Casse. Houve também uma contextualização da Campanha Nacional dos Bancários 2010 e debateram a organização por local de trabalho.
“Na véspera do encontro, fomos informados das artimanhas da direção do banco, que disparou mensagem aos funcionários oferecendo cinema e pipoca de graça, no mesmo dia e horário do evento programado pelo Sindicato. Esse expediente nos lembra os políticos dos grotões que mandavam desligar a luz para impedir que o grupo de oposição não pudesse fazer o comício”, critica José Souza, presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb/SE).
Para Souza, a diretoria do Banese continua cometendo equívocos. “Mas isso não nos abate. Pelo contrário. Isso motiva a nos organizar ainda mais. Dentro da pauta específica deste ano, vamos cobrar esse direito para os baneseanos: que eles tenham mais tempo livre para o cinema, para a família, enfim, para o lazer”, acrescenta Souza.
Agências representadas
Participaram do encontro representantes de 21 agências do Banese no Estado: Luiz Garcia, Santos Dumont, Augusto Franco, Augusto Leite, Bugio, Ponto Novo, José Figueiredo, Barão de Maruim, DIA, Siqueira Campos, Atalaia, Jardins, Riomar, CAB, Deso, e dos municípios de Estância, Barra dos Coqueiros, Malhador, Laranjeiras, Rosário do Catete e Itabaiana.
“Está havendo um grande desrespeito no Banese. O baneseano está desmotivado. A diretoria toma decisões ao arrepio da nossa vontade. O Banese Card está tomando conta do Banese e o baneseano quer o banco cada vez mais público. Déda (o governador e candidato à reeleição) disse que não vai privatizar o banco, mas está terceirizando todos os serviços. O que é isso?”, questiona Elenildes Paixão, diretora da CTB/SE.
Para Ivânia Pereira, só com organização é que os bancários poderão alterar a correlação de forças com os banqueiros. “Eu considero este evento vitorioso. O Encontro Estadual é um resgate da tradição de luta dos baneseanos. Nós, trabalhadores, teremos que ter sabedoria para lutar e conquistar nossos direitos numa campanha salarial vitoriosa. Sem organização não se alcançam os objetivos”, disse Ivânia, baneseana e secretária de comunicação do sindicato.
“É preciso barrar as terceirizações dos serviços e equipamentos que vêm ocorrendo no Banese, principalmente nas atividades onde há substituição de serviços exclusivos da função de bancário”, afirma Augusto Cezar, diretor do Seeb/SE.
“O governador do Estado tem que interferir no processo de gestão do banco, principalmente na área de gestão de pessoas, para que a motivação, a valorização, o comprometimento e a alegria voltem a reinar em todas as dependências do Banese”, afirmou José Américo, diretor do Seeb/SE.
“Em função dos excelentes resultados alcançados pelo Banese no 1º semestre, esperamos que as negociações das reivindicações da Minuta Específica seja mais exitosa que nos anos anteriores, proporcionando, assim, um reconhecimento aos anseios e apelos dos funcionários que muito contribuíram e contribuem para os resultados alcançados”, afirmou Lula, representante dos funcionários no Conad e diretor do Seeb/SE.
Como exemplo, Lula citou a implantação do Plano de Cargos e Salários, realização de concursos interno e externo, fim das terceirizações que vêm ocorrendo, implementação de uma melhor distribuição das moedas para todos os cargos, democratização na direção das instituições Sergus e Casses.
O mico da Pipoca
O Banese ofereceu cinema com pipoca de graça para os baneseanos no Cinemark, no último sábado 14. Segundo e-mail encaminhado aos funcionários, a oferta fazia parte das comemorações do Dia do Bancário, 28 de agosto. O detalhe é que nesse mesmo dia, o Sindicato dos Bancários realizava o Encontro Estadual dos Baneseanos, para discutir estratégias da Campanha Salarial 2010.
A iniciativa do Banco do Estado de Sergipe nada mais foi do que um pretexto com objetivo de esvaziar a discussão dos funcionários do Banese. Mas, baneseano consciente não troca discussão sobre o futuro trabalhista por cinema e pipoca de graça. A prova é que recebemos a informação de que apenas 30 pessoas aceitaram a oferta. Considerando que o convite deu direito a acompanhante, provavelmente, o número foi ainda menor de baneseanos que se renderam ao ‘mico da pipoca’.