Sindicato de Brasília promove seminário para discutir futuro do BRB

Evento reuniu entidades dos funcionários, parlamentares e dirigentes do banco

“O seminário Repensando Estrategicamente o BRB cumpriu bem o seu objetivo. Os conteúdos foram enriquecedores. O comparecimento presencial foi significativo e sabemos que houve bastante disseminação nos meios virtuais. Portanto, o propósito de organização interna e qualificação para uma proposta de um banco melhor foi cumprido”. Essa foi a avaliação do coordenador-geral do evento, o secretário de Bancos Públicos da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), André Nepomuceno, que também é bancário do BRB.

Realizado na quarta-feira (28), no auditório da Legião da Boa Vontade (LBV), o seminário foi organizado pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, Fetec-CUT/CN, BRB Clube, AFA-BRB e AABR. Os debates contaram com a participação de funcionários do banco, convidados e palestrantes que abordaram os temas BRB e o Sistema Financeiro Nacional, o Papel do BRB no Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e do Centro-Oeste, BRB e a Tecnologia da Informação e O futuro do BRB: uma visão dos funcionários e aposentados.

O seminário foi considerado um marco na história de mobilização do funcionalismo do BRB na defesa do banco enquanto instituição pública e com papel fundamental no desenvolvimento econômico e social do DF e região.

O seminário foi precedido por uma série de reuniões preparatórias e, a partir das palestras e debates, será elaborado um documento com diretrizes visando a perenidade do banco, que será apresentado a todos os candidatos ao Governo do DF.

“Embora este documento tenha fundamento técnico e analítico, ele será de diretrizes gerais, estratégicas, e será bem conciso, mas denso”, esclarece Nepomuceno. E acrescenta: “Entendemos que ele possa contribuir e orientar uma futura gestão”.

O presidente do BRB, Paulo Roberto Evangelista, considerou fundamental a realização do seminário. “É muito bem-vinda uma contribuição dessa magnitude, com participação de pessoas que têm bagagem, conhecem o sistema financeiro nacional, a realidade local e do Centro-Oeste”, destacou.

Atualmente, o BRB dispõe de 121 agências em funcionamento no DF e a meta é dotar as todas as regiões administrativas com, pelo menos, uma agência.

Fortalecimento

Além de frisar a importância dos debates sobre as relações de trabalho e o fortalecimento do BRB, o secretário de Organização da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), Miguel Pereira, ressaltou o papel dos bancários que, segundo ele, sempre foram protagonistas em defesa do banco.

Pereira destacou que os bancários sempre foram protagonistas do papel em defesa e fortalecimento do BRB, enquanto instituição de crédito. E ressaltou seu apoio em defesa de um BRB forte para seus funcionários e clientes.

“Neste momento, em que estamos em uma conjuntura eleitoral, é fundamental se aprofundar nas discussões e dispositivos que reforçam a sua governança interna do BRB para mantê-lo como um banco saudável, competitivo e lucrativo, que atenda as demandas da população”.

“Este seminário é o pontapé inicial para disseminar internamente o papel do BRB e sua importância no DF”, resumiu o vice-presidente da Fetec-CUT/CN, Sérgio Trindade. O presidente da Associação dos Funcionários Aposentados do BRB (AFA-BRB), Luiz Oliveira, complementou: “É um evento valioso, dadas as matérias tratadas”.

“Repensar é preciso e é importante”, ressaltou Cléber Ávila Ferreira, superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

“O grande valor do BRB são os seus funcionários. Escolher o Dia dos Bancários (28 de agosto) para realizar este evento é um reconhecimento ao valor desses trabalhadores”, acrescentou o diretor-superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Distrito Federal (Sebrae/DF), Antônio Valdir de Oliveira.

Sistema Financeiro Nacional

Carlos Eduardo de Carvalho, doutor em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professor associado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ministrou a palestra BRB o Sistema Financeiro Nacional. Ele fez uma análise do cenário econômico internacional e nacional e o que deve acontecer com a economia brasileira em 2015. “Nós entendemos que há problemas econômicos importantes no Brasil hoje, no baixo crescimento, no endividamento muito grande das famílias, das pessoas”, disse.

Por conta disso, o economista acredita que, provavelmente, haverá um ajuste econômico no ano que vem. “Imagino que não seja nada catastrófico, mas que depende muito do cenário externo, do que vai acontecer com os juros nos EUA, com a pressão da China sobre os preços, com os nossos produtos de exportação, do dinamismo que o crédito pode retomar aqui”, comentou Carlos Carvalho.

Na opinião do palestrante, há a preocupação sobre a posição de um banco como o BRB em relação a esse contexto, em que pode haver dificuldade de expansão do crédito, aumento com a inadimplência e problemas com o refinanciamento das operações do banco. “Então, há a necessidade de se pensar nisso para traçar um quadro. Independentemente de qual seja a política econômica e do governo a partir do ano que vem, esses problemas vão ter de ser enfrentados”, recomendou Carvalho.

Desenvolvimento econômico

O papel do BRB no desenvolvimento econômico do DF e do Centro-Oeste foi o tema da segunda palestra do seminário, ministrada por Júlio Miragaya, presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), economista doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável pela UnB e membro do Conselho Federal de Economia. Ele falou sobre o papel do crédito e do fomento regional, as tendências da institucionalidade do financiamento do desenvolvimento e o espaço/papel dos bancos nesse processo e dos Fundos para o Desenvolvimento (FCO e FDCO), entre outros assuntos.

Miragaya considerou a discussão extremamente importante e positiva. Ressaltou a importância das entidades representativas dos bancários em promoverem esse debate, pensando no futuro da instituição BRB, no desenvolvimento de Brasília e da região.

“Muitas vezes, os sindicatos são criticados por tratarem tão somente da questão do salário e do emprego. Mas, na verdade, o Sindicato e a Federação estão dando uma dimensão maior à atuação sindical e valorizando uma questão que é fundamental, que é o desenvolvimento da região como elemento importante da atuação do banco e dos trabalhadores do sistema financeiro”, observou o presidente da Codeplan.

Tecnologia da Informação

Identificar os caminhos da tecnologia da informação atual e futura do sistema financeiro e comparar com a situação atual do BRB foi o objetivo da palestra BRB e a Tecnologia da Informação. Liliane Dutra, CEO da IMF Global – Integração e Padronização para o Mercado Financeiro e de Capitais, economista e coordenadora da Comissão Brasileira de Padronização para Produtos e Serviços Financeiros foi a convidada para ministrar o tema.

“Achei o debate excelente, justamente porque o ponto principal deste tema é a Tecnologia da Informação do BRB. Os palestrantes responderam muitas perguntas e acredito daqui para frente há bastante informação para aprimorar um plano, uma solução e apresentar para o corpo de funcionários e de governança”, assinalou Liliane, que enfatizou a visão de que o bom planejamento deve ser prioridade, jamais pode ser entendido como perda de tempo, nem encarado como mera formalidade.

Jorge Krug, superintendente de segurança de TI do Banrisul, relatou experiências de avanços obtidos na área naquele banco, enfatizando considerar importante a presença dos bancos estaduais nos fóruns nacionais e internacionais certificadores e de atualização técnica.

Futuro do BRB

O secretário-adjunto da Casa Civil do GDF e membro do Conselho de Administração do BRB, Afonso Oliveira de Almeida, foi o último palestrante do dia, discorrendo sobre o tema O futuro do BRB: a visão dos funcionários e aposentados. Ele fez um esboço estratégico situando o fortalecimento do BRB, enquanto banco público, num contexto desafiador que envolve economia mundial, oportunidades do país e conjuntura local do DF.

Destacando que “quem mais tem de determinar o futuro do banco são os funcionários”, Afonso Almeida, que é gestor governamental federal, ex-funcionário e ex-diretor do BRB, elogiou a iniciativa dos organizadores do seminário. “Espero ter contribuído. Foi-me pedido cumprir o papel de provocador que de alguma forma sempre fui dentro do banco, mesmo estando fora, continuo com algumas avaliações sobre o banco e o papel dos funcionários e do GDF”.

Para Romes Ribeiro, advogado do banco, presidente do conselho do BRB Clube e membro do Conselho de Administração do banco (pelo acionista minoritário), “a dinâmica do seminário explicitou que o profissionalismo como critério universal para os executivos do conglomerado, bem como uma gestão continuada são imperativos”.

As entidades organizadoras do evento, de modo geral, disseram que ao mesmo tempo em que o comando de acionista majoritário possa e deva ser mais bem elaborado, está claro que o conjunto de funcionários, num esforço de unidade e coesão, deve apresentar uma proposta qualificada de melhoria do banco. E o momento é propício para essa análise, para o debate e o convencimento junto ao próximo governo eleito.

“A presença de dezenas de delegados sindicais, no mesmo público em que compareceram todos os vice-presidentes do BRB e vários diretores e gestores, atesta o alto nível do debate, em que análise e propostas para o futuro do banco puderam ser discutidas de modo amadurecido, buscando fortalecer a instituição e valorizar o grande compromisso profissional do conjunto dos funcionários”, afirmou o diretor do Sindicato Ronaldo Lustosa, que também é bancário do BRB.

Parlamentares

Todos os parlamentares do DF foram informados sobre a ocorrência do seminário. Compareceram ao evento e fizeram uso da palavra a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que também é bancária, e o deputado distrital Chico Leite (PT-DF). Ambos declararam apoio à iniciativa e a importância de se construir esse tipo projeto para qualificar o debate sobre o futuro do BRB.

Mariluce Fernandes
Seeb Brasília

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