Bancários do Rio protestam contra demissões em massa no Santander

Como parte da intensificação da luta contra as demissões em massa no Santander, os funcionários do banco espanhol fizeram, nesta terça-feira (18), um grande protesto nacional, com paralisações e manifestações de rua.

“Foi um Dia Nacional de Luta em que denunciamos aos clientes e à população que este banco estrangeiro está desempregando milhares de bancários sem justificativa, já que lucrou R$ 4,7 bilhões só nos últimos nove meses do ano no Brasil”, afirmou o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Arnaldo Malaquias.

Na capital fluminense, a mobilização dos bancários se concentrou na Zona Sul, onde a categoria parou 12 agências: seis em Ipanema, cinco no Leblon e uma no Jardim Botânico. Durante o protesto, foram distribuidos panfletos sobre o corte de pessoal e a excelente situação do Santander.

A população se mostrou indignada ao saber que, apesar da crise na Espanha, as demissões (1.280 já admitidas pelo banco) só estavam acontecendo no Brasil.

“Não podemos pagar por uma crise que não é nossa. Vamos lutar até que as demissões sejam revertidas”, afirmou a diretora do Sindicato, Fátima Guimarães, lembrando que isto já está acontecendo em São Paulo e em Campinas, por decisão da Justiça do Trabalho, que atendeu a ações movidas pelos sindicatos.

Meta era cortar 5 mil empregos

Somente nos primeiros dias de dezembro, o Santander demitiu 1.280 bancários em todo pai­s. A lista com esse números foi entregue na última sexta-feira (14) pelos advogados do banco para a Contraf-CUT, por determinação da procuradora regional do Trabalho da 10ª Região do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ana Cristina Tostes Ribeiro, após audiência de mediação realizada na última quarta-feira (12), em Brasi­lia.

A meta do Santander era dispensar 5 mil bancários. Diante da mobilização crescente e das denúncias feitas pela Contraf-CUT e pelos sindicatos ao Ministério Público do Trabalho, ao Ministro do Trabalho e Emprego e devido a decisões da Justiça contrárias às demissões, elas foram estancadas.

Na segunda-feira (17), a Contraf-CUT se manifestou sobre a lista fornecida pelo banco com o total de 1.280 demissões à procuradora do MPT. Foi solicitada a suspensão das dispensas e a reintegração dos demitidos.

O Tribunal Regional do Rio de Janeiro (TRT-RJ) já decidiu neste sentido, recentemente, atendendo à ação civil pública movida pelo MPT-RJ, a pedido do Sindicato dos Aeronautas e o dos Aeroviários, determinando a reintegração dos 850 demitidos na empresa Webjet, comprada pela Gol. A base da decisão foi o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de que, em casos de demissões em massa, tem de haver negociação prévia com os sindicatos da categoria.

Sindicato solicita audiência à Alerj

O Sindicato enviou ofico na segunda-feira (17) ao deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), solicitando audiência para exigir do Santander explicações sobre as demissões em massa. O documento foi assinado pela vice-presidente da entidade, Adriana Nalesso.

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