Trabalhadores vão tomar as ruas e abrir as lutas do segundo semestre
A CUT realiza na próxima quarta-feira, 6 de julho, o Dia Nacional de Mobilização da CUT. A atividade vai marcar a abertura das lutas do segundo semestre e das campanhas por aumentos reais de salários, contra as tentativas conservadoras de associar os salários ao risco de descontrole da inflação. Essas campanhas vão representar a luta dos trabalhadores para avançar na direção das mudanças sociais no Brasil.
Para a Direção Nacional da CUT, que esteve reunida na manhã desta quinta-feira, dia 30, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, o 6 de julho será um marco histórico para reafirmar ao Brasil que a CUT deseja outro modelo de desenvolvimento, que aprofunde a distribuição de renda e altere os rumos do atual modelo concentrador da política econômica.
O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, ressalta que, apesar de representar uma vitória, a ampla aliança que elegeu a presidenta Dilma Rousseff aumenta a responsabilidade dos movimentos sociais. Ele exemplificou com uma série de contradições presentes dentro do governo.
“O mandato começou com o discurso para desqualificar a política de valorização do salário mínimo e seguiu como a defesa do corte de R$ 50 bilhões no orçamento para controlar a inflação por meio da redução do investimento. Nenhuma palavra sobre a mudança na política macroeconômica, sobre a redução de juros e, pior, sem debate, discussão ou articulação com os trabalhadores”, afirmou o dirigente da CUT.
Artur questionou também a visita da presidenta à China apenas em companhia de empresários, no momento em que o Brasil discute a desindustrialização por conta da invasão de importados e a questão do trabalho decente, e a criação de um grupo para discutir a eficiência do setor público sem qualquer representação de trabalhadores ou representantes da sociedade civil.
Diferente das outras centrais
O presidente da CUT comentou o motivo da central não realizar uma mobilização unificada e citou o que diferencia a CUT das demais centrais. “A diferença não é só de pauta, mas de concepção e prática, mesmo nos pontos em que supostamente há convergência. Todas são favoráveis à aplicação da Convenção 151, sobre negociação do setor público, mas acompanhada de unicidade e imposto sindical. A proposta deles não tem uma linha sobre negociação coletiva”, criticou.
O mesmo vale para a discussão sobre o fim do Fator Previdenciário, que todas querem extinguir, mas apenas a CUT tem proposta prática para modificar (Fator 85/95). Quanto à terceirização, ele observou: “Nós somos contra, mas algumas centrais querem fortalecer as empresas prestadoras de serviço para ampliar alguns sindicatos, mesmo que isso signifique a morte de trabalhadores e menores salários”.
O caminho para mudar esse cenário é a imprescindível mobilização “Queremos ver nossa gente, nossa pauta sendo debatida. Para isso, precisamos colocar a CUT nas ruas e o dia 6 de Julho é fundamental nesse processo”, concluiu Artur.