Apesar da provisão para inadimplência, Caixa volta a ser o 4º maior em ativos

FOLHA DE SÃO PAULO
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento na provisão contra inadimplência foi o principal fator que reduziu em 38% o lucro da Caixa Econômica Federal nos nove primeiros meses de 2009 na comparação com o mesmo período de 2008. Em compensação, os ativos cresceram 24%, para R$ 341,9 bilhões, o que recoloca o banco como o quarto maior do país nesse critério, desbancando o Santander. Os primeiros são Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco, nessa ordem.

O lucro líquido da Caixa recuou de R$ 3,27 bilhões nos três primeiros trimestres de 2008 para R$ 2,03 bilhões no mesmo período deste ano. O resultado dos três maiores bancos privados – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander -, que reduziram a concessão de crédito nesse período por causa da crise global, caiu cerca de 8%, em média, na comparação.

Na contramão do setor privado, a carteira de crédito da Caixa cresceu 62% e chegou a R$ 112 bilhões no final de setembro, dentro da política do governo de utilizar as instituições financeiras públicas para garantir a oferta de recursos no país. Com isso, a participação da instituição no sistema financeiro cresceu de 6% para 8,3%.

Com o aumento nos empréstimos, a Caixa teve de elevar em quase 77% a provisão contra risco de inadimplência, que chegou a R$ 2,5 bilhões, derrubando o lucro no período. Por outro lado, o aumento de 34% nas receitas com empréstimos e de 16% no ganho com tarifas ajudou a reduzir esse impacto. Juntos, esses ganhos somaram mais de R$ 15 bilhões.

O balanço da instituição, que seria divulgado hoje, foi publicado na internet ontem à noite “por engano”, segundo a assessoria de imprensa do banco.

Apesar do aumento na provisão, o índice de inadimplência geral recuou de 4,2% para 3,6%. De acordo com a Caixa, tanto em relação aos consumidores como às empresas, os índices estão abaixo da média do mercado bancário. Segundo a Caixa, isso se dá porque a alta do crédito foi acompanhada de uma melhora na qualidade dos devedores.
As operações de menor risco passaram de 68,5% para 74,7% da carteira.

O crédito para pessoa física cresceu 40%, puxado pelo consignado e pelos financiamentos imobiliários. Já o dinheiro direcionado para empresas mais que dobrou, avanço de 112%.

Somente no terceiro trimestre, o lucro foi de R$ 870 milhões, ante R$ 722,5 milhões registrados no mesmo trimestre de 2008 -alta de 20%. As contratações em habitação nesses três meses quase dobraram, para R$ 13,2 bilhões.

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