A última sexta-feira, 28 de abril, não foi um dia comum, igual aos outros. Nas ruas de todo o país, os brasileiros pararam comércio, transportes, bancos, escolas, escritórios e empresas. No Rio, mesmo com os transportes funcionando, ônibus e trens estavam bem mais vazios do que de costume. No Centro, muitas lojas não abriram. Nos bancos, a adesão foi total. Pelo menos cinco grandes prédios não funcionaram, no Centro: Sedan, do Banco do Brasil; Almirante Barroso, da Caixa Econômica Federal; Call Center do Santander; Bradesco da Pio X e o antigo Realzão, também do Santander. Além da adesão de praticamente 100% no Centro, em bairros como Madureira, Méier e Tijuca, na Zona Norte, Bonsucesso, na Região da Leopoldina e Campo Grande, na Zona Oeste, cerca de 80% das unidades não funcionaram. Na Zona Sul, também houve paralisações. Mais de 300 unidades não funcionaram.
Resposta à altura
A presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso, destacou a forte participação da categoria na greve.
“Os bancários e bancárias, mais uma vez, responderam positivamente a nossa convocação e entendeu que, se o governo conseguir aprovar as reformas trabalhista e previdenciária como fez em relação à terceirização, a nossa categoria também terá grandes perdas com o risco de mais demissões e rotatividade através da terceirização irrestrita e da extinção de direitos previstos na legislação trabalhista e em nossa convenção coletiva de trabalho”, disse.
Adriana considera que a reação dos trabalhadores foi a altura dos ataques do governo. “Os trabalhadores deixaram claro ao Temer e aos parlamentares de que não vamos aceitar a retirada de direitos. O atual projeto do governo atende exclusivamente aos interesses econômicos. Vai gerar mais desemprego, aumento do trabalho precarizado, da rotatividade e da miséria. A proposta está na contramão do desenvolvimento social e sustentável do país, que passa pelo bem-estar e pela qualidade de vida dos trabalhadores. A visão econômica deste governo olha apenas para os números, mas despreza as pessoas, os trabalhadores, que são os que produzem toda a riqueza do país”, afirma.
Vai quebrar a Previdência
Para Adriana, permitir a terceirização irrestrita, ampliar o prazo do emprego temporário e criar a remuneração por hora trabalhada, além de retirar direitos e criar subempregos, comprometerá as receitas da Previdência Social.
“Este projeto só interessa aos patrões e principalmente aos bancos, que vão vender mais previdência privada”, denuncia Adriana.