Poderosos combatem cotas raciais e sociais para manter seus privilégios

Nos últimos seis anos, desde a implantação do sistema de cotas raciais e sociais nas mais de 70 universidades públicas e nas particulares através do Pro-Uni, chegaram ao ensino superior brasileiro mais afro-brasileiros do que em toda a história republicana do país. A constatação é do presidente da Fundação Palmares do Ministério da Cultura, Zulu Araújo (foto). “São mais de 250 mil afrodescendentes nas universidades com possibilidades reais de disputar o mercado em condições mínimas de competitividade”, acrescenta.

Araújo frisa que as pesquisas de avaliação realizadas por diversas instituições de ensino, como a Universidade Federal da Bahia, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Universidade de Brasília, entre outras, atestam que o aproveitamento dos cotistas é igual ou melhor que o dos não-cotistas. Os levantamentos mostram ainda que a evasão escolar é extremamente reduzida e a rejeição dos demais estudantes é praticamente nula.

“Apesar de todos os indicativos comprovarem que a medida vem cumprindo com o seu objetivo maior – o de acelerar a inclusão plena dos excluídos (alunos da escola pública, indígenas e negros) no ensino superior brasileiro -, ainda assim um grupo muito bem nutrido de recalcitrantes insistem em querer destruir o que está dando certo”, alerta.

Para combater as cotas se uniram órgãos de imprensa poderosos, intelectuais influentes, grandes empresários e juristas conceituados, brandindo o mito da “democracia racial” como um legado eterno da trajetória escravocrata no Brasil, não importando os dados que apontam o racismo como um dos entraves ao desenvolvimento do país. “Os que fazem isto pertencem a uma pequena parcela da população acostumada a privilégios e que querem manter estes privilégios. A estratégia é barrar qualquer avanço rumo à igualdade racial, para continuar assegurando seus privilégios para sempre”, afirma.

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