Funcionários do Bradesco reforçam luta por PCCS justo e valorização

Dirigentes sindicais do Bradesco de todo o país estiveram reunidos na quinta e sexta-feira, 17 e 18, em São Paulo, para reunião ampliada da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, órgão da Contraf-CUT que assessora as negociações com o banco. Os trabalhadores atualizaram a minuta de reivindicações a ser apresentada ao banco e decidiram pela reedição da Campanha de Valorização dos Funcionários.

Na quinta-feira, os bancários discutiram o recente acordo de combate ao assédio moral assinado pela Contraf-CUT e vários sindicatos com a Fenaban e diversos bancos, entre eles o Bradesco. Na avaliação dos sindicalistas, trata-se de um avanço importante, mas que precisa da vigilância do movimento sindical para que se torne efetivo dentro do Bradesco. “Em um banco, que há pouco tempo sequer admitia a existência do assédio moral, sem dúvida é um avanço. Mas é preciso um período de tempo para que avaliemos como o banco vai se comportar”, afirma Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e coordenadora da COE do Bradesco.

Na sequencia, os bancários assistiram uma apresentação a respeito da SA8000, norma internacional que avalia a responsabilidade social das empresas. A certificação foi concedida a alguns prédios do Bradesco e desde o início foi questionada pelo movimento sindical, uma vez que um dos pontos principais da avaliação é a garantia de direitos para os trabalhadores. “Trata-se de um banco que toda vez que ‘negocia’ com seus trabalhdores é apenas para negar as reivindicações”, ressalta Elaine.

Na sexta-feira, os dirigentes sindicais acompanharam a apresentação do economista Miguel Huertas, da subsede do Dieese na Contraf-CUT, que analisou os dados do balanço do banco em 2010. A empresa fechou com lucro líquido de R$ 10,021 bilhões, elevação de 25% em relação aos R$ 8,012 bilhões de 2009. “Pelos números apresentados, fica claro que a saúde do Bradesco vai muito bem. Porém, na contramão, os trabalhadores continuam enfrentando péssimas condições de trabalho e não conseguem avançar na mesa de negociação”, denuncia Elaine.

Para mudar essa situação, os trabalhadores discutiram e atualizaram os pontos da minuta de reivindicações, a ser entregue ao banco para retomada das negociações permanentes. Entre os principais itens, figuram antigas demandas dos funcionários que o banco se recusa a negociar. O destaque é a criação de um Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) com critérios justos e transparentes e que garanta a real valorização dos trabalhadores.

“Acreditamos que um banco, que no discurso ser responsável nas relações com seus trabalhadores, deveria mudar sua postura e efetivamente negociar melhores condições de salário e trabalho “, conclui a diretora da Contra-CUT.

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