Bancos europeus precisam reforçar capital para a concessão de empréstimos

Financial Times
Brooke Masters e Megan Murphy, de Londres

Grandes bancos europeus provavelmente serão obrigados a reduzir seus balanços patrimoniais ou usar grande proporção dos seus lucros para reforçar capital, de acordo com uma nova análise de limite regulatório proposto sobre o total de empréstimos bancários.

Com a Comissão da Basileia sobre Supervisão Bancária prestes a discutir “graus de alavancagem” nessa semana, analistas da CA Cheuvreux calcularam o que aconteceria se os reguladores dissessem que o balanço patrimonial total de um banco não poderá exceder 25 vezes seu patrimônio mais outro capital de nível 1 – considerado o limite mais provável pelo setor bancário.

Eles concluíram que, nesse cenário, o UBS enfrentaria o maior desafio dentre todos os grandes bancos de investimento europeus: precisaria dedicar 82% dos seus lucros até 2011 para reforçar capital, ou reduzir o seu balanço patrimonial em quase 25%.

O Credit Suisse e o Deutsche Bank, cada, precisariam optar entre usar um terço dos seus lucros ou vender ativos. O Natixis e o Deutsche Postbank seriam ainda mais duramente atingidos e ficariam incapazes de satisfazer as novas exigências exclusivamente por meio de retenção de lucros. O Dexa tampouco conseguiria, embora ele tenha anunciado planos para reduzir seu balanço patrimonial.

Por outro lado, os grandes bancos espanhóis e italianos devem enfrentar poucas restrições com as regras de alavancagem. É igualmente improvável que os bancos dos EUA considerem as novas regras globais como um ônus, à medida que eles já enfrentaram um exame cuidadoso dos seus graus de alavancagem. Os bancos do Reino Unido não foram avaliados.

“A regulamentação refreará a rentabilidade e parece que os bancos maiores, os melhores do país, conseguirão se sair melhor com ela”, disse Joachim Müller, principal autor da análise. Ele acrescentou, porém, que alguns bancos poderão fazer frente às restrições vendendo áreas de negócios – fator não incluído nos cálculos.

A pesquisa conduzida pela Cheuvreux, a corretora europeia do Credit Agricole, é a mais recente a abordar o nível de adequação do capital dos bancos, e provavelmente se comprovará polêmica. O grau de alavancagem está sujeito a ajustes que não é padrão nos bancos. Podem variar conforme as normas contábeis usadas, o que dificulta comparações.

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