Contraf-CUT integra diretoria executiva da Uni Américas Finanças

O segundo dia da 4ª Conferência Regional da UNI Américas Finanças, nesta terça-feira (6), em Medellín, na Colômbia, elegeu a nova diretoria do sindicato continental, para o quadriênio 2016-2020. Sergio Palazzo, da Associação Bancária da Argentina (AB), assume a presidência da entidade. O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, foi eleito para a 1ª vice-presidência, e Trevor Johnson, da BIGWU, de Trinidad e Tobago, é o segundo vice-presidente.

Para Roberto von der Osten, a eleição da Contraf-CUT para a vice-presidência representa o reconhecimento do protagonismo continental da Confederação em defesa da democracia e dos direitos dos bancários e bancárias.

“Tivemos reconhecidas nossas lutas para manter conquistas duramente atacadas pelos banqueiros e pelo governo golpista. Foi mencionada a nossa liderança no Comando Nacional, que vem fazendo lutas históricas e resistências incríveis na conjuntura de golpe institucional no Brasil. Foi feita menção de nossa campanha em defesa dos bancos públicos "Se é público é para todos!". Nossa Confederação foi reconhecida como exemplo de unidade nacional, capacidade de mobilização, democracia e resistência”, destaca o presidente da Contraf-CUT.

Defesa continental dos bancos públicos

A Conferência contou com a participação de 46 delegados e observadores, e 32 convidados de 20 entidades sindicais de 14 países, e antecede 4ª Conferência Regional da UNI Américas, que terá início nesta quarta-feira (7) e segue até sexta-feira (9), no mesmo local.

Durante o encontro, os delegados e delegadas aprovaram uma moção de defesa dos bancos públicos e a campanha brasileira “ Se é Público é para Todos” passa a ser adotada pelos países que compõem a Uni Américas Finanças.

“A unidade dos trabalhadores do ramo financeiro na América é importante. Temos problemas comuns, como demissões, assédio, pressão e nossos direitos estão sendo ameaçados em vários países, com reformas da previdência, terceirização e práticas antissindicais. Lançamos a campanha na América: Se é público é para Todos! Isso ajuda a fortalecer a nossa luta”, afirma Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

“ A moção aprovada defende o papel dos bancos públicos de fomento e desenvolvimento. A defesa dos bancos públicos é uma prioridade, é a grande palavra de ordem na nossa categoria. Não é uma defesa só de quem é funcionário do Banco do Brasil, da Caixa, do BNB, é uma defesa de todos, porque a destruição do banco público é a destruição de um projeto de sociedade”, defendeu Carlos de Souza, secretário-geral da Contraf-CUT.

O sistema de previdência e pensões foi outro tema da mesa de debates. No Brasil, o governo interino de Michel Temer acaba de enviar sua nefasta Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma da Previdência, com idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, que penaliza os trabalhadores brasileiros.  

Durante o encontro, dirigentes sindicais chilenos relataram os problemas enfrentados com o atual sistema de capitalização individual, que administra os fundos de pensão e está em colapso.

Marcha em Medellín

Trabalhadores presentes na Conferência também ocuparam as ruas de Medellín. A marcha percorreu as ruas da cidade, até o Banco da Colômbia e o BBVA. Os dirigentes sindicais da Uni Américas Finanças denunciaram a onda de demissões e falta de condições adequadas de trabalho nas instituições financeiras.

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