Sindicato cobra da Polícia Militar segurança para os bancários de Mato Grosso

Os funcionários de uma cooperativa de crédito do distrito de Caramujo, em Cáceres (a 234 quilômetros de Cuiabá), passaram momentos de terror durante assalto ocorrido no dia 2 de fevereiro. Os assaltantes fugiram no carro de um dos clientes da instituição financeira levando o revólver e o colete a prova de balas do vigilante, além de dinheiro. Por conta de situações como essa, o Sindicato dos Bancários do Mato Grosso (SEEB-MT) se reuniu hoje (10) com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Antonio Benedito de Campos Filho, para cobrar mais segurança. O encontro ocorreu na sede do Comando Geral da PM, em Cuiabá.

O presidente do Sindicato, Arilson da Silva, expôs ao comandante sua preocupação com a crescente onda de assaltos a bancos em Mato Grosso. Na semana passada, uma agência em Colíder (a 650 quilômetros de Cuiabá) foi alvo da ação dos bandidos, mas a tentativa foi frustrada. O gerente e a família foram rendidos em sua casa, os vizinhos desconfiaram e acionaram a polícia. Segundo informações da PM, a intenção dos criminosos era levar o bancário até a agência para efetuar o roubo.

Somente nesse ano, ocorreram cinco assaltos (e tentativas) a instituições financeiras do Estado. Esse total corresponde a 25% dos registros de 2009 (20). “Percorremos cerca de 10 municípios do interior do Estado na semana passada e constatamos um alto nível de tensão entre os trabalhadores. A sensação de insegurança tem atrapalhado a rotina dos bancários, que temem pela vida de seus familiares e a sua”.

A maioria dos roubos a banco ocorridos no ano passado deu-se no início do mês, período de pagamento das folhas do governo. O coronel relatou que a polícia tem trabalhado para capturar os criminosos e para evitar novos assaltos, está sendo realizada a Operação Pagamento. Nessa ação, são reforçados o efetivo em áreas onde há agências durante o período de recebimento do salário. Outra medida adotada pela PM é a ampliação do diálogo com os gerentes. A intenção é que com mais contato entre a polícia e os bancários qualquer atitude suspeita possa ser denunciada rapidamente e frustrada.

A presidente da Fetec/CUT-CN, Sônia Rocha, explicitou ao comandante a necessidade de mais integração com as polícias de outros estados. Como grande parte desses grupos criminosos organizados atua em diversas regiões, a troca de informações entre as autoridades policiais pode facilitar a detecção de novos ataques e auxiliar na prisão dos acusados.

O Sindicato também denunciou à Campos Filho que algumas empresas continuam obrigando seus funcionários a transportarem malotes. O coronel mostrou-se preocupado com essa prática e argumentou que tal ação aumenta ainda mais os riscos envolvendo bancários. “Há empresas contratadas para esse transporte, mas mesmo assim os bancos insistem em arriscar a vida de seus funcionários”, comenta a diretora do SEEB-MT, Nice de Souza, que também participou da reunião.

Uma nova reunião deverá ser agendada nas próximas semanas. “Queremos manter esse contato com as autoridades policiais. A segurança bancária não pode mais ser deixada de lado. Iremos cobrar ações e resultados, nossa intenção é que as estatísticas desse ano reflitam uma realidade bem melhor do que a do ano passado”, esclarece Silva.

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