(São Paulo) As cobranças de tarifas por serviços lideram as queixas de consumidores nos Procons sobre bancos, que em média totalizam 40% do total das reclamações que chegam aos órgãos estaduais de defesa do consumidor. O governo federal quer aproveitar esse trabalho realizado pelos Procons para aumentar a fiscalização das tarifas e serviços prestados pelos bancos.
Enquanto o Banco Central (BC) e o Ministério da Justiça reuniam-se nesta terça-feira, 11 de setembro, para discutir um convênio para a criação de um grupo de trabalho para detalhar a forma operacional do novo sistema, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgava um projeto piloto que pode permitir a comparação de parte da tarifas cobradas pelos bancos e tentava explicar porque a arrecadação com tarifas aumentou tanto.
A cobrança foi criada em 1994. Antes disso não era preciso pagar para ser cliente. De lá para cá a arrecadação de tarifas subiu 734% e redeu aos bancos, em 2006, um montante de R$ 52,84 bilhões. O número impressiona mais ainda quando verificamos a inflação acumulada pelo IPCA no período: apenas 157%.
Campanha nacional
Um executivo de um grande banco afirmou que sua empresa deveria ter aumentado o valor das tarifas já que setembro é o mês da data-base dos bancários, indicando que os reajustes dos trabalhadores são repassados à tarifa cobrada dos clientes.
“A população já paga tarifas e spreads bancários elevados e não merece ser ainda mais onerada. Infelizmente, na hora da campanha dos bancários, os parâmetros inflação e lucro não são levados em conta pelos bancos para conceder reajustes à categoria. Só em 2006 os bancos lucraram R$ 33,4 bilhões, o suficiente para atender às reivindicações dos bancários e ainda promover isenção de tarifas para trabalhadores que têm folha de pagamento em banco”, cobra o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Fonte: Elisângela Cordeiro – Seeb SP