Seminário da UNI Jovens Américas discute meio ambiente e empregos verdes

A preocupação com as mudanças climáticas e o impacto sofrido pelo meio ambiente foram dois dos principais assuntos que levaram a UNI Jovens Américas a realizar seminário como objetivo de discutir os chamados ‘empregos verdes’ como solução para as empresas evitarem grandes impactos no planeta.

No encontro, iniciado nesta quarta 20, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, estavam jovens sindicalistas do setor de serviços de diversos países como Argentina, Brasil, Paraguai, Chile, Caribe, Nicarágua e Peru. Eles apresentaram sugestões para os programas de redução do nível de impacto das empresas no meio ambiente. O debate continua na quinta 21.

Segundo Paulo Sergio Muçouçah, coordenador dos Programas de Trabalho Decente e Empregos Verdes no Brasil, para que os empregos verdes existam é preciso levar em consideração alguns aspectos. “Primeiramente, ele precisa ser decente para o trabalhador e para a empresa. Precisa causar mudanças no local de trabalho e no meio ambiente, principalmente nos aspectos econômico, social e ambiental”.

Ele disse ainda que os sindicatos têm um papel fundamental no acompanhamento nas empresas dessas questões. “Antes era um assunto bem difícil de ser tratado com os sindicatos porque eles pensavam que era sinônimo de desemprego. Hoje não”, diz. “Os sindicatos precisam incorporar ainda mais esta ação e cobrar mais de algumas empresas, já que, no momento, muitas estão com este programa verde”.

Muçouçah completa dizendo que a atuação dos sindicatos é mais importante principalmente para o setor financeiro. “Alguns bancos já assumiram o marketing verde em suas campanhas e também incorporaram o critério ambiental. Eles começam a trabalhar isso na cabeça dos bancários e acaba dando resultados positivos na empresa como a diminuição do gasto de energia, reciclagem dos papéis e também a emissão de gases poluentes na atmosfera”.

Adriana Magalhães, presidenta do Comitê da Juventude da UNI e dirigente sindical, conta que a troca de experiências entre os jovens trabalhadores do continente americano faz com que se tenha uma visão ampla em relação à atuação das empresas multinacionais nos últimos tempos. E isso possibilita pensar em questões que podem fazer diferenças no futuro em relação ao direito dos trabalhadores.

Emprego verde

O trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre “empregos verdes” surgiu a partir da Iniciativa Empregos Verdes, estabelecida em 2007 em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a Confederação Sindical Internacional (CSI). A Organização Internacional de Empregadores (OIE), que reúne o patronato, se uniu em 2008.

O conceito de “empregos verdes” resume a transformação das economias, das empresas, dos ambientes de trabalho e dos mercados laborais em direção a uma economia sustentável que proporcione trabalho decente com baixo consumo de carbono. Além disso, contribuem para diminuir a necessidade de energia e matérias-primas e para evitar as emissões de gases de efeito estufa. Reduzem ainda os resíduos e a contaminação, bem como restabelecem os serviços do ecossistema como a água pura e a proteção da biodiversidade.

Os “empregos verdes” podem ser criados em todos os setores e empresas, bem como em áreas urbanas bem como em zonas rurais (e incluem ocupações desde o trabalho manual até o altamente qualificado).

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