A falta de segurança nos bancos continua aterrorizando bancários, clientes e usuários das agências bancárias de BH e Região com vítimas fatais. No início da tarde desta sexta-feira, 5 de novembro, um homem foi morto a tiros, em mais um golpe de saidinha de banco, na Rua Andaluzita, no Bairro Carmo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Segundo informações da Polícia Militar, a vítima, Osório Guimarães, de 65 anos, sacou a quantia de R$ 2,7 mil em uma agência do Itaú em Contagem e foi perseguido por assaltantes. Quando chegou no Bairro Carmo, Osório foi abordado e reagiu ao assalto, sendo baleado e morto pelos bandidos que fugiram.
O mesmo golpe foi aplicado também nesta sexta-feira, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH, quando a vítima, Gilson de Souza Siqueira, de 44 anos, tinha acabado de sacar R$ 3 mil reais em uma agência do Bradesco, na Avenida Brasil. Alguns minutos depois, ele foi abordado por um bandido que fugiu com o dinheiro.
Já o gerente do Bradesco, que fica na avenida João César de Oliveira no Bairro Eldorado, em Contagem, Região Metropolitana de BH, foi rendido juntamente com sua família na noite de ontem, dia 4. Os assaltantes mantiveram o gerente, a mãe, o pai, o irmão e o cunhado dele sob a mira de um revólver durante toda a noite e hoje pela manhã, metade do grupo foi à agência do Bradesco com o bancário para pegar o dinheiro.
Mas, durante a ação, o vigilante do banco percebeu a movimentação estranha e chamou a PM. Os militares chegaram rapidamente, mas os assaltantes conseguiram fugir. O gerente foi liberado e passa bem. Mas até o fechamento desta matéria, o restante do grupo ainda estava com os quatro familiares e a polícia procurava o local do cativeiro.
Não é de hoje que o Sindicato vem denunciando a ganância dos bancos que sempre colocam em primeiro lugar o lucro em detrimento da vida dos bancários, clientes e usuários. Tem exigido também em mesa de negociação com a Fenaban e em várias manifestações nas agências bancárias o cumprimento da Lei Estadual de Segurança Bancária (nº 12.971) que não é cumprida pelas instituições financeiras, que alegam terem de obedecer somente à legislação federal.
Pelas normas em vigor nacionalmente, todas as agências bancárias deveriam dispor de vigilantes, alarmes e equipamentos eletrônicos, mas a maioria dos bancos não cumprem a lei e deixam as agências sem portas com detector de metais, sem sistema de TV ou colocam um número insuficiente de vigilantes, o que facilita a ação dos bandidos.
Em maio deste ano, o Sindicato, através de seu presidente, Cardoso, participou de Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater segurança bancaria nos bancos. Realizado pela Comissão de Segurança Pública, o objetivo do debate foi propor mudanças nas agências bancárias com o intuito de prevenir o crime da “saidinha de banco”.
Para Cardoso, a chamada “saidinha de banco” é apenas um dos problemas enfrentados pelos bancários, clientes e usuários em relação à falta de segurança nas agências bancárias. “O Sindicato tem denunciado a situação de terror vivenciada pelos bancários e seus familiares que constantemente são vítimas de seqüestros, assaltos e outros tipos de violência. A situação é muito grave e exige providências imediatas das autoridades”, denunciou.
Mas apesar da reincidência de casos causados pela falta de segurança em suas unidades, o Bradesco insiste em não instalar portas giratórias em suas agências. Tanto é que recentemente anunciou a abertura de mais 10 agências em Belo Horizonte, todas em bairros distantes do centro da Capital, mas sem as portas giratórias.
“Não é mera coincidência que dois dos três casos que vitimaram clientes e bancários hoje, infelizmente tenham acontecido no Bradesco. Nós temos exigido com insistência que o banco cumpra a lei, mas ele resiste. A chamada saidinha do banco também é de responsabilidade do banco que força os clientes e usuários a usarem o auto-atendimento que, apesar de cobrar altas tarifas, é totalmente inseguro. É uma pena que a abertura destas 10 agências anunciadas pelo Bradesco que aumentará o número de postos de trabalho, infelizmente trará também a falta de segurança que o banco insiste em manter”, afirmou Cardoso.