Adriana Nalesso critica bancos por explorarem toda a sociedade
“Os bancos estão preocupados apenas em explorar a sociedade brasileira para engordar ainda mais seus lucros, quando deveriam cumprir sua função social, financiando o desenvolvimento do país, gerando emprego e renda”. A afirmação foi feita pela presidente em exercício do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso, durante protesto sobre o papel do sistema financeiro, nesta quinta-feira (26), ao meio-dia, no Largo da Carioca.
Falando no microfone para à população, Adriana denunciou que os bancos no Brasil não têm cumprido ao menos a sua função original que é a de oferecer crédito a juros condizentes com a realidade do país. Ela acrescentou que está na hora de a sociedade fazer um debate sobre qual deve ser o papel do sistema financeiro.
“Os banqueiros sugam bilhões do país com a especulação, restringindo o crédito, cobrando os maiores juros do mundo, demitindo bancários em massa e explorando os clientes através da cobrança de tarifas e juros altíssimos, e isto tem que mudar. E só vai mudar com a pressão da sociedade”, defendeu.
Lucro, lucro, lucro
Todos os diretores do Sindicato presentes à manifestação denunciaram a ganância desmedida dos bancos. Eles distribuíram panfletos, lembrando que somente os seis maiores lucraram R$ 56,7 bilhões em 2013, um crescimento de 11,2% em relação ao ano anterior. Mesmo com este excelente resultado, no mesmo período, o setor demitiu bancários aos milhares, acabando com 4.329 vagas.
Adriana lembrou que, com as demissões em massa, estão indo na direção inversa da economia brasileira. “Nos últimos cinco meses (janeiro a maio) foram gerados 543.231 empregos formais no país, mas, mesmo com lucros recordes, o sistema financeiro fechou 3.283 postos de trabalho. Um total absurdo”, afirmou.
Ao mesmo tempo, os bancos discriminam as mulheres, que recebem salários menores que os homens na mesma função. Os negros também sofrem discriminação, com número bem menor de contratados quando comparados com os brancos. Outra desigualdade gritante é entre os executivos e os demais bancários.
Enquanto demite a rodo para contratar com salários mais baixos, o Itaú pagou em 2013 bônus de R$ 15 milhões aos seus executivos; o Bradesco, R$ 13 milhões; e o Santander, R$ 7,7 milhões. Para aumentar seus lucros, os bancos economizam até com a vida de bancários e clientes, cortando custos até com equipamentos de segurança e contratação de vigilantes.