No primeiro dia de greve, 70% dos funcionários da Finep paralisam no Rio

Trabalhadores protestam e cobram reconhecimento da direção da Finep

O primeiro dia de greve dos funcionários da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos),nesta quarta-feira (11), levou à paralisação 70% dos trabalhadores no Rio de Janeiro. Durante assembleia realizada no início da tarde, eles decidiram pela continuidade da greve por tempo indeterminado, ratificando a posição tomada no último dia 4.

O movimento foi deflagrado pelo fato de a empresa ter mantido postura desrespeitosa e intransigente que impede o fechamento do acordo salarial. “A negociação chegou a essa situação de conflito porque foram apresentadas propostas que não se efetivaram. Houve descaso da direção da Finep para com os funcionários e falta de reconhecimento do trabalho que desempenham”, avalia Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT, que participou de todo o processo de negociação.

“Ao longo de 2011, houve um aumento do desembolso da Finep nos financiamentos e isso só foi possível graças ao comprometimento dos trabalhadores. Queremos mais respeito por parte da direção da empresa, no sentido de apresentar uma proposta passível de avaliação e aprovação por parte dos funcionários”, reivindica Marcel.

Até o momento, os representantes da Finep não fizeram nenhum contato com o movimento sindical. “Nosso propósito é dialogar e estamos abertos à negociação”, ressalta Ronald Carvalhosa, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

Para Carvalhosa, não se pode aceitar que a Finep ou qualquer outra instituição financeira desrespeite o processo negocial, retirando da mesa de negociação o que já estava acordado e que foi proposto pela própria direção da empresa.

Impasse

O impasse na campanha salarial é decorrente da postura da Finep, que se nega a cumprir os compromissos assumidos na mesa de negociação e que asseguravam reajuste diferenciado para os funcionários do nível médio (incorporação da Gratificação Especial Temporária (GET), reajuste de 9%, mais adicional de 6%), o que garantia um piso salarial de R$ 2 mil, e que tem por objetivo reduzir a enorme disparidade salarial existente; incorporação da GET para os técnicos do Plano de Cargos e Salários (PCS); e auxílio-guarda/creche/educação de R$ 715.

Todas essas propostas foram apresentadas pelos negociadores da empresa e depois retiradas. Além disso, a Finep propõe uma PLR inferior a da categoria bancária, apesar do aumento do lucro.

Como se não bastasse, a Finep se nega a pagar o abono de fim de ano, tradicional na empresa, alegando que o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest) “não teria autorizado”. Os funcionários reivindicam, ainda, avanços na isonomia entre novos e antigos, proporcionalidade no custeio do plano de saúde, já que, em 2011, foi reajustado em média em 70%.

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