(São Paulo) O Sindicato de São Paulo tem recebido diversas denúncias de que estaria em curso um grande processo de demissões na Nossa Caixa, o que tem provocado um clima de tensão e insegurança entre os trabalhadores.
O representante do banco, Itamar Mortagua, afirmou que não haverá Programa de Demissão Voluntária (PDV). No entanto, ele disse que o banco está fazendo gestão segmentada de custo, balizando o custo/benefício de cada funcionário.
Nesse processo ocorrerão duas avaliações, uma em março e outra em agosto. A de março será em torno do desempenho de cada um, sem qualquer reflexo ou desdobramento na vida funcional. Na de agosto, o processo servirá de base para transferências, progressões ou demissões.
“Ele afirma também que não haverá demissão em massa. No entanto, não descartou a possibilidade de demitir bancários considerados ‘improdutivos’. Fato que não concordamos, pois uma pessoa ser considerada ‘improdutiva’ apenas pela ótica do gestor é deixar o bancário a mercê de todo tipo de ameaça e assédio moral”, afirma o diretor do Sindicato Antonio Sabóia
Assédio moral
Assédio moral foi um dos principais temas debatidos na negociação ocorrida na sexta, dia 15, entre o Sindicato e a direção do banco. Os dirigentes sindicais levaram uma série de denúncias de bancários que não estão suportando a política de ameaças e perseguições de parte de diversos gestores.
A direção da Nossa Caixa reconheceu a existência do problema e se comprometeu a fazer esclarecimentos junto aos trabalhadores por meio de documentos, treinamentos e reuniões com todos os empregadores. “Ficou acordado também que haverá reuniões periódicas para tratar do tema sempre que o movimento sindical ou o banco julgarem necessários”, diz a diretora do Sindicato e funcionária da Nossa Caixa Raquel Kacelnikas.
Concurso interno
Os trabalhadores apresentaram novamente a necessidade de se promover concurso interno para que as pessoas possam ter ascensão profissional, acabando com a prática de indicações e favorecimentos.
Itamar Mortágua afirmou ter várias vagas e anunciou que haverá concurso interno para coordenadores, gerentes de segmento, tesouraria e de unidades.
No entanto, o concurso não terá prazo para validade e não ficou assegurado que a prática será permanente, o que o Sindicato também não concordou, pois defende a necessidade dos concursos para garantir a igualdade de oportunidades.
Horas extras
O banco se comprometeu a fazer uma cartilha sobre o uso correto do ponto eletrônico. A instituição financeira deixou claro que toda hora extra feita a pedido do banco tem de ter acréscimo de 50%.
O Sindicato orienta todos os bancários a denunciarem caso as horas extras sejam registradas como sendo a pedido do funcionário, para garantir que a extra feita seja realmente paga.
Caixa eventual
O banco se negou a atender a reivindicação do Sindicato para fazer o pagamento total da gratificação de caixa e que irá manter apenas pelo tempo que permanecer exercendo a função. O Sindicato discorda e irá buscar as medidas legais para que o banco respeite os direitos dos trabalhadores.
Gratificação variável
A instituição financeira pagará a gratificação, mas se nega a fazer qualquer correção.
PLR
O banco fará o pagamento da segunda parcela, mas segundo Itamar, não é possível divulgar a data do crédito e o valor por questão de sigilo.
Meta para os caixas
Pela minuta, o Sindicato reivindica que não haja meta para os caixas. Itamar, afirmou que a questão deve ser tratada diretamente com o diretor de rede, Daniele Luneta.
Plano odontológico
Os debates em torno do plano odontológico serão retomados.
As negociações serão retomadas para aprofundar os debates.
Fonte: Jair Rosa – Seeb SP