Comando Nacional entrega pauta específica ao Banco do Nordeste

Minuta de reivindicações foi recebida pelo presidente do BNB, Ary Joel

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, entregou na quinta-feira, 1º de agosto, a pauta específica de reivindicações dos funcionários ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), no Passaré, em Fortaleza. O documento foi entregue diretamente ao presidente do banco, Ary Joel. Na ocasião, estavam presentes representantes de várias entidades sindicais do Nordeste e diretores do Banco.

A minuta foi definida no 19º Congresso Nacional dos Funcionários do BNB, realizado nos dias 24 e 25 de maio, em Teresina. Na ocasião, também foi aprovado um calendário de mobilizações, visando cobrar do banco a solução para os principais problemas enfrentados pelo funcionalismo, como revisão do PCR, isonomia, assédio moral, situação da Capef e Camed, dentre outras questões.

Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, ressaltou a mudança de postura do BNB na mesa de negociação durante a última campanha, tornando o processo de diálogo mais produtivo.

“Para ambas as partes, isso foi bastante importante. No último período, a construção do debate sobre o funcionalismo foi muito produtivo e coroado, de fato, com a assinatura do Acordo Coletivo tão logo terminamos o nosso processo. Dentro dessa conjuntura que estamos hoje, onde a sociedade está fazendo um debate de mobilização e já está obtendo resultados positivos, a gente espera que o nosso processo também seja de conquistas para a categoria”, afirmou.

Cordeiro destacou ainda mais três questões que precisam ser revisitadas pelo banco: extinção do transporte Ponto a Ponto, eleição de um representante dos empregados para a Direção Executiva da Camed, revisão do PCR e Previdência Complementar. “Não queremos que os bancos públicos tenham a mesma visão de lucro que os bancos privados têm. Para o movimento sindical, a PLR social é um ponto que o BNB poderia ter um esforço maior para demonstrar, de fato, para o funcionalismo que teve essa mudança de postura”, finalizou.

Carlos Eduardo Bezerra, presidente da Fetrafi-NE e do Sindicato dos Bancários do Ceará, afirmou que o movimento sindical tem valorizado muito a relação institucional de negociação e de apresentação da pauta de reivindicações como caminho para encontrar soluções.

“Entendemos que o trabalhador do BNB está acreditando muito nesta mesa, ele está aguardando muito os resultados. Um dos pontos principais que precisamos valorizar é a questão do emprego. Na última mesa, tivemos uma resposta do Banco com relação à contratação de 182 novos funcionários. Considero extremamente importante esse processo de avanço, mas obviamente, nós achamos que é necessário mais”, disse o presidente.

Já o vice-presidente da Contraf-CUT, Carlos Souza, lembrou que neste ano foi realizado o maior congresso nacional dos funcionários do BNB, com mais de 100 delegados reunidos para debater os rumos do Banco. “Foi corrente nos debates do Congresso a preocupação com o papel do Banco na sociedade nordestina e a preocupação para que ele continue crescendo. Nós concordamos com a política de crescimento, achamos que tem de crescer mais, e a expectativa dos trabalhadores é que o BNB tenha o tamanho do papel e da ousadia a que ele se propõe”, afirmou Souza.

Tomaz de Aquino, coordenador da CNFBNB, reforçou o reconhecimento da postura da atual gestão pelo comprometimento e pela responsabilidade com as demandas dos funcionários e apontou como um ponto prioritário a retomada da discussão sobre a revisão do PCR.

“A revisão do plano de cargos é uma reivindicação antiga, que há cinco anos é adiada justamente pela falta de postura das antigas gestões de assumir a responsabilidade. A proposta de revisão, feita paritariamente pelo bancos e os representantes dos trabalhadores, prevê soluções tanto para funcionários novos como antigos. Sabemos das dificuldades, mas também sabemos que a atual direção busca caminhos”.

O presidente do BNB, Ary Joel, ressaltou a importância de manter o diálogo aberto na busca por soluções e falou sobre o projeto de crescimento do BNB. “Se nós olharmos o estágio em que o banco se encontra – e olha que tivemos avanço nesse último ano – ainda está bem distante daquilo que nós pretendemos dentro do projeto. Para tomar decisões, nós temos de olhar, no mínimo, uma década. Como quero esse banco daqui a 10 anos, como quero a relação com os funcionários, com acionistas, com clientes e com a sociedade?”.

O presidente do banco ainda destacou a importância do investimento maciço em tecnologia e em formação/qualificação de funcionários. “O nosso objetivo é comum: melhorar o Banco, prestar serviço de qualidade, atender muito mais pessoas que precisam nessa região e ter melhor condições de trabalho”, completou Ary.

Em relação à questão do transporte Ponto a Ponto, o dirigente do BNB explicou que o sistema foi implantado como alternativa quando o Passaré ainda era um local distante na cidade e os funcionários tinham dificuldade na locomoção, o que, segundo ele, não é mais problema.

“Nós estamos revisando toda a nossa estrutura de custos e tudo está dentro da legalidade. A partir do momento em que o funcionário tem o vale transporte, a empresa não pode, enquanto governante, estar também pagando um delta a mais pelo transporte. Mas nós estamos dispostos a sentar e ajudar essas pessoas e, de repente, negociar o valor do vale transporte que é recebido”, sinalizou o presidente.

Confira algumas das reivindicações dos funcionários do BNB

– Isonomia de tratamento;

– Bolsa educação;

– Isonomia entre funções;

– Incorporação de função;

– Equipamentos e medidas de prevenção contra assaltos, sequestros e extorsões;

– Plano de custeio da Camed;

– Revisão do PCR;

– Planos de previdência complementar.

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