Protesto em clima de carnaval repudia desrespeito do Santander em Recife

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco antecipou o Carnaval na sexta-feira, dia 3, e colocou o bloco na rua para protestar contra a falta de condições de trabalho no Santander, em Recife. Embora o tema da manifestação fosse sério, com foco na extrapolação da jornada, no não pagamento das horas extras e nas metas abusivas, o protesto foi bem-humorado e contou com o apoio massivo dos clientes e bancários.

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“O problema começa com a falta de funcionários”, diz a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. “Os bancários do Santander estão convivendo diariamente com a sobrecarga de trabalho e com a extrapolação da jornada, além das metas abusivas que estão acabando com a saúde do trabalhador”, explica Jaqueline.

O protesto envolveu clientes e bancários num Carnaval antecipado com direito a confetes, serpentinas e muita animação. Acompanhado de uma Banda de Frevo, o bloco percorreu as seis principais agências do Santander no centro do Recife.

A alegria dava o tom às denúncias, cantadas pelo grupo em forma de paródia do hino do Batutas de São José, que convidava: “Deixa as metas pra lá/Minhas horas cansei/já de extrapolar/mas agora que sei/que assim não vai dar/vamos juntos pra luta, unidos mudar”.

O secretário de Administração do Sindicato, Epaminondas Neto, contou que entre as principais queixas dos bancários estão a carência de funcionários e a extrapolação de jornada. “Os bancários fazem hora extra, o banco não paga e obriga o trabalhador a compensar de acordo com sua conveniência. Em geral, o gestor manda o empregado para casa no meio do expediente quando o movimento está fraco. Isso é um absurdo, pois o bancário não pode se planejar para tirar a sua folga quando ele quiser. As metas abusivas são outro problema: aumentam cada vez mais o número de bancários doentes e contrastam com o balanço divulgado recentemente pelo banco, que aponta lucro de quase R$ 8 bilhões no ano passado”, afirma Epaminondas.

Apoio dos clientes

O ato chamou a atenção dos clientes. Na agência Conde da Boa Vista, a aposentada Divanize Peixe, de 74 anos, caiu no frevo: “Maravilha! Se eu morresse agora estava bom demais, que a melhor coisa do mundo é o carnaval!!!”, afirmou.

A alegria do protesto contrastava com o clima de tensão causado pelas metas, exploração, filas e carência de funcionários para dar conta da demanda. Enquanto trabalhava, uma bancária comentava com sua colega de atendimento: “Dá vontade de sair atrás…”

Os clientes, por sua vez, mesmo animados, aproveitavam para criticar o desrespeito dos bancos: “O atendimento prestado pelos funcionários é excelente. Mas deveria ter muito mais gente, porque a quantidade de bancários não é suficiente”, denunciou Eliézer Barros, cliente do Santander da Dantas Barreto, onde dois caixas se desdobravam para dar conta de todo atendimentos no subsolo da unidade.

O bloco não chamou atenção apenas dentro das agências, mas pelas ruas por onde passou. Foram visitadas as agências Veneza e Conde da Boa Vista; Imperatriz, Guararapes, Dantas Barreto e Cais do Apolo.

Para a diretora do Sindicato, Tereza Souza, a atividade foi um sucesso. “A recepção que tivemos nas agências, dos clientes e dos funcionários, foi muito boa. E o bancário pôde constatar que ele não está sozinho, o Sindicato está aí para lutar pelos seus direitos. O banco espanhol não pode vir aqui no Brasil só para explorar os brasileiros. Precisa assumir sua responsabilidade social, que começa com o respeito aos clientes e funcionários”, finalizou Tereza.

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