Bancários sequestrados esperam por atendimento psicológico do Banpará

Insegurança, basta! Como se não bastasse o trauma que fica após o assalto, bancários do Banpará de Dom Eliseu foram vítimas de sequestro, o crime mais conhecido na região como ‘sapatinho’, no último dia 6, esperam há mais de uma semana por um atendimento médico/psicológico.

A espera deve-se pela ausência de um profissional especializado que atenda pelo plano de saúde do banco no município do sudeste paraense.

“Esse procedimento é de praxe quando o bancário é sequestrado, é uma forma de preservar a saúde do trabalhador de doenças futuras em virtude do trauma que inevitavelmente fica. Conversamos por telefone com uma das vítimas e ainda é perceptível, pela voz, o quanto ainda estão abalados”, afirma o diretor de saúde do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos.

“Se não há especialista credenciado, o banco deveria imediatamente providenciar atendimento médico adequado às vítimas diretas e indiretas. O que não pode são os bancários ficarem esperando, sendo que o afastamento de até 15 dias foi dado por um médico assistente que pouco entende do adoecimento de bancário nessas situações”, explica.

O período de afastamento dos bancários encerrou na sexta-feira (15).

Os criminosos invadiram a residência do bancário na noite anterior ao assalto, esperaram o dia amanhecer para seguir com ele até a agência, enquanto a outra parte da quadrilha mantinha a esposa do trabalhador em cárcere privado. Ela só foi libertada, depois que os assaltantes pegaram o dinheiro do banco.

Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia do município. A Polícia Civil investiga o caso.

Reunião do Comitê de Segurança

No dia em que o crime completava uma semana, dia 13, aconteceu em Belém a primeira reunião do Comitê de Segurança do Banpará, com os novos membros: Érica Fabíola e Odinéa Gonçalves (ambas diretoras do Sindicato e funcionárias do Banpará e Laurentino de Souza (funcionário do banco e delegado sindical).

“Pelos nossos registros, o Banpará é o banco que registrou o maior número de casos de sapatinho nesse ano, já foram 5. O dado é preocupante, uma vez que prova o quanto estamos à mercê da criminalidade por sermos bancários. Enquanto isso, a sensação que temos é que o Governo e o próprio banco fazem vista grossa a tamanha insegurança que infelizmente se instalou em nosso Estado e da qual somos todos vítimas. Por isso a importância desse Comitê e, acima de tudo das reuniões, para que possamos expor nossa real situação, cobrar melhorias e torcer para sermos atendidos”, destaca Odinéa Gonçalves.

O banco foi representado pelos advogados, Clístenes Vital, Caroline da Silva, e pelo assessor de diretoria, Antônio Pereira.

A nova data da reunião dos membros do Comitê ainda não foi definida, mas os representantes do funcionalismo vão solicitar que nesse novo encontro haja a participação de um representante da área de segurança do Banpará em todas as próximas reuniões para dar maior efetividade ao Comitê.

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