O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros, para 14% a.a., sem viés. A decisão, unânime e esperada, foi anunciada no início na noite desta quarta-feira (19). É o primeiro corte na Selic desde outubro de 2012.
A taxa estava em 14,25% desde julho do ano passado. Foi mantida nesse nível durante nove reuniões, até esta quarta, a penúltima reunião do ano. A próxima será realizada em 29 e 30 de novembro.
Segundo o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, esta foi a primeira redução da taxa Selic em quatro anos, mas mesmo com este corte, o Brasil continuará na liderança mundial dos juros reais. “É uma redução tímida e ajuda muito pouco na recuperação da economia brasileira, que atravessa uma recessão. Precisaria de uma redução maior para aumentar a confiança dos investidores e para fazer recuar os juros bancários”, avaliou.
Nos últimos quatro anos, a cada reunião do Copom a Contraf-CUT tem criticado a elevação ou manutenção da taxa Selic em patamares absurdamente altos.
O Copom destacou que no âmbito externo, o cenário ainda apresenta interregno benigno para economias emergentes. No entanto, as incertezas sobre o crescimento da economia global e, especialmente, sobre a normalização das condições monetárias nos EUA persistem.
“Ocupamos o primeiro lugar no mundo considerando a taxa de juros real. O segundo colocado, a Rússia tem taxa de 4,27% ao ano e o terceiro colocado, a Colômbia, tem taxa de 3,61% ao ano. Uma grande virtude da redução é estancar a sangria das contas públicas pelo pagamento menor de juros pelo setor público que drena recursos da sociedade para os bancos, detentores de títulos da dívida interna”, avaliou Roberto von der Osten.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.