Nesta quinta-feira (08), os bancários do Brasil seguem mobilizados no terceiro dia de greve. No Paraná, foram 332 agências fechadas com destaque para a Região Metropolitana de Curitiba que intensificou a adesão ao movimento grevista. Hoje, é feriado municipal na capital paranaense. As informações sobre a adesão à greve dos bancários no Paraná são da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR). A Fetec-CUT-PR agrega 85% dos sindicatos dos bancários do Paraná, com aproximadamente 30 mil bancários e financiários.
Na Região Metropolitana de Curitiba, foram contabilizadas 101 agências fechadas e um centro administrativo do Banco do Brasil, em São José dos Pinhais. Os financiários de Londrina também aderiram à greve, paralisando os trabalhos nas financeiras do município. O sindicato dos bancários de Arapoti realiza hoje uma assembleia para decidir se vai aderir à greve nacional da categoria.
“A forte mobilização dos bancários no primeiro dia de greve já foi capaz de fazer com que a Fenaban reabra as negociações. Precisamos nos mantermos firmes nesta quinta (08) e sexta (09) para garantir que forças para pressionar os banqueiros na mesa de negociação. Pois, só a luta vai nos garantir avanços!”, avaliou Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
A greve nacional é a resposta da categoria à proposta desrespeitosa da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), apresentada no último dia 29 de agosto, de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para os bancários.
O primeiro dia de greve da categoria bancária em todo o Brasil, que aconteceu na segunda-feira (06), foi considerado o maior da história. Em resposta a proposta rebaixada da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), 7359 agências, centros administrativos, Central de Atendimento (CABB) e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) tiveram as atividades paralisadas. No final do dia, a Fenaban chamou a categoria para nova rodada de negociações que acontece na sexta-feira (9), às 11h, em São Paulo. Os números deste ano são 17,6% do que os do ano passado.
Para os banqueiros não há crise. O setor continua sendo o mais lucrativo do país. Somente em 2015, os maiores bancos do país lucraram quase R$ 70 bilhões. O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros.
Com data-base em 1º de setembro, a pauta de reivindicações dos bancários foi entregue aos bancos no dia 9 de agosto, já foram cinco rodadas de negociação, mas até agora a Fenaban não apresentou uma proposta decente aos trabalhadores. Entre as reivindicações estão reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.