Trabalhadores indignados com projeto que precariza emprego e reduz direitos
Os bancários e bancárias de Porto Alegre sairam às ruas na manhã desta quinta-feira, dia 4. Além de paralisar 27 agências por duas horas, realizaram uma caminhada pelas ruas do centro da capital gaúcha, seguido de um ato público na Esquina Democrática.
Participaram bancários, comerciários, telefônicos, metalúrgicos, além de dirigentes de centrais sindicais. O ato também preparou a paralisação geral de 11 de julho em todo o Brasil.
Os trabalhadores ocuparam as ruas em protesto contra o PL 4330, projeto que deve ser votado até o dia 10 de julho, na Câmara dos Deputados. Depois de anunciar os protestos nas ruas de todo o país, os bancários conseguiram o segundo adiamento da votação. Em 11 de junho, a pressão da CUT, em Brasília, já havia adiado a votação do PL 4330 para 9 de julho. Caso seja aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), o projeto vai direto para apreciação do Senado.
Essa proposta está sendo chamada de Projeto de Lei da Terceirização. Também rasga a CLT, acordos e convenções coletivas e a Constituição Federal, o que é inaceitável.
Diretores da CUT, CTB, Força Sindical, as centrais que organizam a paralisação nacional da quinta-feira, dia 11, em todo o país, também participaram do ato organizado pelos bancários. Os banqueiros estão entre os lobistas mais interessados em fazer com que o PL da terceirização tramite o mais rápido possível e seja aprovado sem debate na Câmara dos Deputados.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Mauro Salles, explicou que o dia nacional de mobilização contra a PL 4330 procurou servir de alerta não só aos trabalhadores do setor financeiro, como os bancários, mas também às outras categorias.
“A nossa categoria está ameaçada pela terceirização das funções dentro das agências. Mas não só a nossa. Os trabalhadores de todos os setores têm que estar unidos contra mais essa tentativa de retirada de direitos, disfarçado de PL que diz que quer regulamentar o trabalho terceirizado. Os bancários já sofrem com a terceirização. Não podemos permitir que o Congresso Nacional rasgue a CLT e acabe com a carteira de trabalho”, disse Mauro.
Também participaram do ato o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, o representando da CTB, Jailson Bueno Prodes, e o presidente da Força Sindical, Cláudio Janta. O deputado estadual do PT, Adão Villaverde, também prestigiou a manifestação ao caminhar com os trabalhadores pelas ruas do Centro.