O BCE (Banco Central Europeu) reduziu ontem sua taxa básica de juros de 0,5% ao ano, para uma nova mínima recorde de 0,25%. O movimento foi uma reação à desaceleração inesperada na inflação perante o cenário de fraca recuperação no bloco.
Apesar da baixa inflação em outubro, a decisão surpreendeu o mercado. A maior parte dos analistas previa que o BCE fosse esperar pelo menos até dezembro para reagir.
A inflação na zona do euro vem caindo desde a metade do ano, mas a taxa de outubro (0,7%) ficou bem aquém do esperado e da meta oficial (2%), deflagrando pressões para a autoridade monetária se esforçar mais para estimular a demanda.
A economia europeia ainda sofre impactos da crise de 2008, com a maioria dos países registrando baixa atividade e altos níveis de endividamento e desemprego.
Nesta semana, a Comissão Europeia, órgão executivo da UE, previu uma retração de 0,4% para a zona do euro em 2013, com cenário de inflação próximo de 1,5%. Também revisou para a baixo sua perspectiva de crescimento (1,1%) no próximo ano, quando a maioria das economias que adotam a moeda comum deve registrar avanço.
O comissário da União Europeia para Economia e Finanças, Olli Rehn, chegou a falar em um “ponto de virada” no cenário de estagnação do bloco, mas afirmou que ainda seria cedo para comemorar, já que os níveis de desemprego devem permanecer elevados nos próximos anos.
“Temos que continuar trabalhando para modernizar a economia europeia e atingir crescimento sustentável e criação de empregos”, disse.
Já o presidente do BCE, o italiano Mario Draghi, alertou ontem para riscos externos e internos sobre a economia europeia, como a lentidão na implementação de reformas estruturais nos países do bloco, um desaquecimento do apetite por exportações e uma eventual alta dos preços das commodities.