O desvio de dinheiro de conta-corrente na internet atinge mais a população que tem rendimentos acima de 10 salários mínimos mensais.
Segundo pequisa realizada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), divulgada nesta segunda-feira (27), o desvio de dinheiro atinge 40,74% dos paulistanos de alta renda que costumam utilizar a rede e 33,33% já foram vítimas de compras indevidas com o cartão de crédito.
Quando considerado o total de usuários da rede na capital paulista, os percentuais caem para 22,69%, com o desvio de dinheiro da conta bancária e compras indevidas realizadas no cartão de crédito ficando empatados em segundo lugar no ranking de crimes virtuais mais frequentes da web.
Para a assessora econômica da Fecomercio, Kelly Carvalho, a população de alta renda é mais atingida por este tipo de crime, por utilizar mais a rede para operações bancárias. “Isso acontece porque são pessoas que buscam mais praticidade e costumam usar mais serviços de home banking e compras pela internet, às vezes sem as proteções adequadas”.
Depois do crime
Ainda de acordo com o levantamento, após sofrer algum tipo de ataque, os internautas paulistanos costumam fazer um BO (Boletim de Ocorrência) e, em seguida, encerrar a conta no site utilizado. Cancelar cartões de crédito também é uma ação frequente, tomada por 17,21% dos paulistanos, após ter as informações usadas indevidamente na rede.
No que diz respeito aos bancos, o estudo informa que, em apenas 14,75% dos casos, as instituições financeiras costumam resolver o caso ou reembolsar as pessoas.
Apesar disso, diz o presidente do Conselho Superior de Tecnologia da Informação da Fecomercio, Renato Opice Blum, “65,57% dos paulistanos que já sofreram algum ataque continuam usando a internet normalmente para realizar transações. Isso porque a web é mais do que uma tendência, é um futuro inexorável”.
Crimes virtuais
No geral, ainda de acordo com o levantamento, mais de 1 milhão de paulistanos já foram vítimas de algum tipo de crime virtual.
A violação mais comum é a clonagem de página pessoal, alcançando 23,53% dos paulistanos, percentual que sobe para 28,36% entre as mulheres, contra 17,31% dos homens, e cai para 3,7%, quando observada a população de alta renda.