Murilo Rodrigues Alves e João Villaverde
Valor Econômico
Mais do que conquistar novos clientes, o Banco do Brasil pretende usar o Banco Postal, que assume a partir do dia 2 de janeiro de 2012, para chegar aos lugares onde não tinha agência utilizando de uma estrutura já estabelecida e atender melhor a maioria dos clientes pertencentes à classe C.
A projeção do vice-presidente de Varejo, Distribuição e Operações, Alexandre Corrêa Abreu, é conseguir mais 5 milhões de contas nos próximos cinco anos, metade do que o Bradesco conseguiu garimpar enquanto operou o Banco Postal.
O BB espera, porém, melhorar o relacionamento com mais de 78% dos clientes que “gostam de um atendimento físico”. Dos 57 milhões de clientes do banco, 44,7 milhões recebem por mês menos de R$ 1.500.
A parceria com os Correios antecipou em três anos a meta de estar presente em praticamente todo o território nacional. A partir do ano que vem, o BB, por meio do Banco Postal, estará presente em mais 200 cidades onde antes não havia nenhuma agência do banco.
“Esse foi um dos melhores negócios que fizemos. Com o público que temos, se não fosse o Banco Postal, teríamos que fazer o que o Bradesco está fazendo”, disse Abreu, fazendo referência às mais de mil agências que o concorrente inaugurou nos últimos seis meses para compensar a perda do Banco Postal.
O BB espera que a relação com os Correios seja semelhante à da Caixa com as Lotéricas, com a vantagem, de acordo com Abreu, que os Correios são uma empresa com uma única gestão. Foram investidos cerca de R$ 12 milhões para a adaptação do sistema tecnológico.
Além dos serviços que já eram oferecidos pelo Bradesco, o Banco do Brasil vai acrescentar no leque de produtos ofertado aos clientes do Banco Postal empréstimos a pessoas jurídicas, depósito em cheque, DOC e seguro prestamista.