Quem chega a uma agência bancária no Centro de Salvador enfrenta uma longa fila para pegar senha. Só depois o cliente é liberado para entrar e ser atendido pelos funcionários.
“É uma estratégia do banco para que fiquemos do lado de fora aguardando. Lá dentro é muito rápido. Para todos os efeitos, o atendimento está sendo eficiente”, explica a supervisora de marketing Leila Negreiros.
Outros bancos fazem uma espécie de triagem para evitar que as agências fiquem cheias. “Eles só deixam entrar depois que passa por uma recepção montada na parte da frente, antes da porta giratória. Carimbam os documentos que estão aceitando ou não”, diz a assistente financeira Anne Emanuelle.
A lei municipal em vigor desde 2001 determina que o cliente seja atendido em, no máximo, 15 minutos nos dias normais. Na véspera ou depois de feriados prolongados, o limite é de 25 minutos. Mas a legislação não vale para o autoatendimento.
As agências incentivam o uso dos caixas eletrônicos, mas nem todo mundo se sente à vontade com as máquinas. “Alguns códigos realmente dificultam para a pessoa que não está por dentro de banco”, admite um senhor.
A superintendente do Procon da Bahia, Cristiana Menezes, diz que os bancos estão desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor e podem ser punidos com multa de até R$ 3 milhões.
“Qualquer procedimento de obstáculo de acesso ao caixa é uma prática abusiva, que viola o direito do consumidor”, avisa a superintendente do Procon-BA, Cristiana Menezes.
Nos últimos dois meses, todas as 300 agências bancárias de Salvador foram multadas por descumprir a lei. Duas foram fechadas temporariamente por reincidência.