Em assembleias lotadas, bancários dos bancos privados, Banco do Brasil e Caixa Federal aprovaram a proposta feita pela Fenaban, e as específicas das instituições públicas, e encerraram nessa segunda-feira (26) em São Paulo, Osasco e região a greve iniciada em 6 de outubro. Cerca de 6 mil bancários participaram das três assembleias.
A luta, grandiosa em todo o Brasil, conseguiu dobrar os banqueiros que queriam impor perdas aos bancários. “Eles passaram mais de 20 dias tentando forçar à categoria um reajuste abaixo da inflação. Conseguimos resistir numa luta valorosa que fez com que o índice dobrasse, saindo dos 5,5% da primeira proposta para 10%”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que negocia com a Fenaban.
Além dos 10% para reajustar salários, piso, PLR, os bancos aumentarão vales alimentação, refeição e a 13ª cesta em 14%.
Saúde – A Campanha 2015 também garantiu a assinatura de um termo de entendimento entre os seis maiores bancos e o movimento sindical bancário para tratar das condições de trabalho nos bancos, na gestão das instituições de modo a reduzir as causas de adoecimento. As comissões de empresa acompanharão para garantir a melhoria das condições de trabalho. “Como aconteceu com o instrumento de combate ao assédio moral, essa é uma importante conquista rumo às mudanças tão necessárias nas condições de trabalho nos bancos. Juntos, bancários e Sindicato vão trabalhar no sentido de fazer com que essa nova conquista altere a lógica perversa de gestão que provoca o adoecimento da categoria”, ressalta Juvandia.
Respeito com a luta – Como em todos os últimos anos, foi a luta dos bancários ao lado do Sindicato que garantiu que a categoria não tivesse perdas como queriam os bancos. Num ano em que a crise vem sendo utilizada pelo setor empresarial para reduzir ganhos dos trabalhadores, os bancos, apesar de lucrarem tanto, não agiram diferente. Fizeram uma proposta de 5,5% e continha um abono “cala-boca” que levaria os bancários a começar a campanha, em 2016, com perdas de 4%. Depois vieram os 7,5% e os 8,75%. Os bancários se mantiveram firmes e na sexta-feira 23 vieram os 10% que recompõe o poder de compra dos trabalhadores diante da inflação de 9,88%.
“Só conseguimos chegar a isso e sem desconto dos dias parados graças à união e organização da categoria em todo o país. Cada bancário que fez a luta sabe a importância que teve sua participação”, reforça a presidenta do Sindicato, lembrando que os bancos apelaram de todas as formas com pressão e contingenciamento que foram vencidos pelo Sindicato, inclusive na Justiça, como foi o caso do Itaú. “Não adianta tentar burlar a greve, campanha se resolve com proposta”, destacou o dirigente.
“Unidos somos mais fortes. Nossa garra, a confiança de vocês no Sindicato e a participação de cada um, dobrou os bancos e as mentiras que sempre circulam durante a campanha, com a tentativa de enfraquecer a mobilização dos trabalhadores. Não recebemos tudo que merecemos, mas conseguimos acabar com as más intenções dos bancos, de pagar menos que a inflação aos seus empregados. E nossa luta continua, diariamente, na defesa dos direitos e dos empregos, em todos os locais de trabalho”, completa.
Quem luta, conquista – Com os resultados da Campanha 2015, em 12 anos a categoria vai acumular 20,83% de ganho real nos salários, 42,3% nos pisos e 26,30% nos vales. Além disso, estão mantidas conquistas importantes, como o vale-cultura, o abono-assiduidade, a licença-maternidade ampliada, a igualdade de direitos para casais homoafetivos.